ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SEGUNDA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 24.06.1998.
Aos vinte e quatro dias do
mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia,
Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez
Pinheiro, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia,
Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do
Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos, Tereza Franco, Cyro
Martini e Gilberto Batista. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias da Ata da Qüinquagésima Sessão Ordinária, que deixou de ser votada
face à inexistência de “quorum” deliberativo. À MESA foram encaminhados: pela
Vereadora Anamaria Negroni, a Indicação nº 55/98 (Processo nº 1959/98); pelo
Vereador Isaac Ainhorn, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 12/98
(Processo nº 1976/98); pelo Vereador Nereu D'Ávila, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 92/98 (Processo nº 1957/98); pelo Vereador Renato Guimarães, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 91/98 (Processo nº 1947/98). Ainda, foi
apregoado o Ofício nº 275/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre,
encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 19/98 (Processo nº 2036/98). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 265, 266, 267, 268 e 270/98, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre; s/nº, do Senhor David Iasnogrodski,
representante da Câmara Municipal de Porto Alegre no Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente; s/nº, do Senhor João Gilberto Lucas
Coelho, Secretário Extraordinário para Assuntos da Metade Sul do Estado/RS;
s/nº, do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre; Fax, do Senhor Aroldo
Boschetti Soster, Delegado de Polícia Federal; da Senhora Ada Maria Fonseca,
Presidenta da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Três Figueiras;
Cartão do Senhor Nelson Boeira, Secretário de Estado da Cultura. A seguir o Senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor José Roberto
Araújo, Presidente do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre - SINTAXI, que
discorreu acerca do uso de painéis luminosos com finalidade publicitária nos
táxis do Município de Porto Alegre, defendendo a aprovação do Substitutivo nº
01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 28/98, que trata desta matéria, e
posicionando-se contrariamente à ingerência municipal nos recursos obtidos com
tal publicidade. Às quatorze horas e vinte e cinco minutos, o Senhor Presidente
declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais. Às quatorze horas e
vinte e seis minutos, constatada a existência de “quorum”, foram reabertos os
trabalhos e aprovado Requerimento verbal da Vereadora Anamaria Negroni,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos, passando-se ao período de GRANDE
EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear a passagem dos cento e quarenta anos de
fundação do Theatro São Pedro, nos termos do Requerimento nº 69/98 (Processo nº
816/98), de autoria da Vereadora Anamaria Negroni. Na oportunidade, por
solicitação do Vereador Cláudio Sebenelo, foi realizado um minuto de silêncio
face ao falecimento do músico Leandro, ocorrido no dia vinte e três de junho do
corrente. Após, o Senhor Presidente convidou para integrar a Mesa dos trabalhos
a Senhora Eva Sopher, Presidenta da Fundação Theatro São Pedro; o Senhor Hamilton
Braga, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor
Victor Odorcyk, representante da Secretaria Estadual de Cultura; o Senhor Elton
Azambuja, Diretor da Associação Amigos do Theatro São Pedro; a Senhora Maria
Helena Dias, representante da Secretaria Estadual de Educação; o Major Elcio
Pedroso, representante do Comando-Geral da Brigada Militar. Em GRANDE
EXPEDIENTE, a Vereadora Anamaria Negroni, em nome da Casa, prestou homenagem à
Senhora Eva Sopher, pela relevância do trabalho realizado por Sua Senhoria na
restauração e conservação do Theatro São Pedro, afirmando possuir ela o
reconhecimento e a admiração de todos os gaúchos, por tornar o Theatro São
Pedro “um grande templo da cultura”. A seguir, a cantora Marlene Pastro interpretou
a música “Balada para Eva Plaut”, em homenagem à Senhora Eva Sopher. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib, reportando-se ao discurso da
Vereadora Anamaria Negroni, discorreu sobre as antigas dependências do Theatro
São Pedro e relatou reformas realizadas no prédio desse teatro, agradecendo à
Senhora Eva Sopher pelo esforço efetuado para colocar Porto Alegre no mapa
artístico do País. Após, como extensão da Mesa, foi registrada a presença do
Senhor Clóvis Aranha Gomes, Diretor Operacional do Theatro São Pedro. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo congratulou-se com a Senhora
Eva Sopher pelo trabalho realizado por Sua Senhoria na presidência da Fundação
Theatro São Pedro, relembrando a reinauguração desse teatro e destacando sua
importância para a cultura gaúcha. Em continuidade, foi apresentado o vídeo
“Theatro São Pedro, Templo da Cultura”. A seguir, o Senhor Presidente concedeu
a palavra à Senhora Eva Sopher, que, em nome da Fundação Theatro São Pedro,
agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Às quinze horas e vinte e cinco
minutos, foram suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo retomados
às quinze horas e trinta minutos, constatada a existência de “quorum”. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Vereadores
Antônio Cetocin e Cássio Brufatto, da Câmara Municipal de Garibaldi/RS, e do
Senhor Paulo Fanti, Presidente da Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e
Agricultura de Garibaldi/RS. Em prosseguimento, constatada a existência de
“quorum”, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Juarez Pinheiro,
solicitando alteração da ordem de apreciação da matéria constante da Ordem do
Dia. Após, o Vereador João Dib formulou Requerimento verbal, deferido pelo
Senhor Presidente, solicitando fossem distribuídas aos Senhores Vereadores
cópias do parecer e dos votos prolatados referentes à liminar, deferida pelo
Poder Judiciário, impedindo a construção de uma pista de eventos no Parque
Marinha do Brasil. Na ocasião, através de Questão de Ordem, os Vereadores
Juarez Pinheiro, Maria do Rosário e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do
Requerimento do Vereador João Dib, acima referido. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Nereu D'Ávila pronunciou-se sobre publicação de edital no Jornal
Correio do Povo do dia vinte e dois de junho do corrente, pela Prefeitura
Municipal, para contratação emergencial de Técnicos em Radiologia para
trabalhar no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, declarando que esses
técnicos trabalharão como Operadores de Raio X e lembrando legislação referente
ao assunto aprovada nesta Casa. A seguir, foi apregoado Requerimento do
Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no
dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão
de Educação, Cultura e Esportes. Também, foi apregoado Requerimento da
Vereadora Sônia Santos, solicitando, nos termos do § 6º do artigo 212 do
Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador Eliseu Sabino, no
dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente Jocelin Azambuja, informando que Sua Excelência integrará a Comissão
de Educação, Cultura e Esportes. Após, constatada a existência de “quorum”, foi
aprovado Requerimento do Vereador José Valdir, solicitando Licença para Tratamento
de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Cyro Martini, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. A seguir, foi apregoado
Requerimento do Vereador Hélio Corbellini, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando retirada de tramitação das Emendas nºs 05 e 06 apostas ao
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 28/98 (Processo nº
854/98). Ainda, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Paulo
Brum, subscrita pela Vereadora Tereza Franco, aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 01/98 (Processo nº 871/98). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
o Vereador Reginaldo Pujol teceu considerações acerca do processo que garantiu
a priorização, dentro do Orçamento Participativo, de asfaltamento de trecho da
Estrada Lomba do Pinheiro, afirmando que, durante o corrente ano, tal obra não
recebeu o devido encaminhamento pelo Executivo Municipal. Também, relatou a
forma como foi buscada a inclusão dessa obra no programa “Asfalto nas vilas”,
do Governo Estadual. O Vereador Jocelin Azambuja referiu-se à liminar concedida
pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, impedindo
a construção de uma pista de eventos no Parque Marinha do Brasil. Destacou a
importância dessa liminar, criticando o Executivo Municipal pelo tratamento
concedido à comunidade do Bairro Menino Deus durante os debates referentes à
construção da pista de eventos acima referida. A Vereadora Clênia Maranhão
comentou visita efetuada à Praça XV, afirmando que a mesma encontra-se
“completamente isolada da população”, o que prejudica a possibilidade de revitalização
do Centro de Porto Alegre. Também, reportou-se à concessão, pelo Poder
Judiciário, de liminar contrária à construção de uma pista de eventos no Parque
Marinha do Brasil. A Vereadora Maria do Rosário referiu-se ao não-provimento do
agravo de instrumento que visava desconstituir liminar concedida pelo Poder
Judiciário e que veio a impossibilitar o início do processo licitatório para a
construção de uma pista de eventos em Porto Alegre, tecendo comentários acerca
do mérito desta questão e dos prejuízos que foram acarretados à Cidade face a
adoção deste posicionamento. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a
presença do Suplente Nede Soares, da Bancada do PSDB. A seguir, o Senhor
Presidente apregoou a Emenda nº 07 ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 28/98 (Processo nº 854/98), de autoria do Vereador Hélio
Corbellini, e a Emenda nº 04, de autoria do Vereador Antônio Losada, ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 139/97 (Processo nº 2382/97). A seguir, constatada a
existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 70/98, por
vinte e seis votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada,
Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Fernando
Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana,
Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães,
Sônia Santos, Tereza Franco, Cyro Martini, Gilberto Batista e Jocelin Azambuja.
A seguir, foi apregoado Requerimento da Vereadora Anamaria Negroni, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente
declarado empossado na vereança o Suplente Nede Soares, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Em
Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 139/97 que,
após ser discutido pelos Vereadores Jocelin Azambuja, Antônio Losada, Gilberto
Batista e Henrique Fontana, teve adiada sua discussão por duas Sessões, a
Requerimento, aprovado do Vereador Gilberto Batista. Este Requerimento do
Vereador Gilberto Batista foi aprovado por dezessete votos SIM e quatorze votos
NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Gilberto Batista, Maria do
Rosário, Isaac Ainhorn, Fernando Záchia, João Dib, Hélio Corbellini, Reginaldo
Pujol, Cláudio Sebenelo e Jocelin Azambuja, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Antônio Losada, tendo votado Sim os Vereadores Carlos Garcia, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn,
João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista, Jocelin
Azambuja e Nede Soares e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada Décio
Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana,
João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas,
Renato Guimarães e Cyro Martini. Durante a discussão do Projeto de Lei do
Legislativo nº 139/97, o Vereador Cyro Martini cedeu seu tempo para o Vereador
Antônio Losada e os Vereadores Décio Schauren e Adeli Sell cederam seus tempos
para o Vereador Henrique Fontana. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as
presenças do Senhor Ubiratan de Souza, Coordenador do Gabinete de Planejamento
da Secretaria Municipal da Fazenda, do Senhor Rogério Santanna dos Santos,
Diretor da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre, e
do Senhor José Henrique Paim Fernandes, Secretário Extraordinário para Captação
de Recursos e Cooperação Internacional. Também, o Senhor Presidente destacou a
necessidade do Orador da tribuna ater-se ao processo em discussão e o Vereador
Juarez Pinheiro, através de Questão de Ordem, prestou informações acerca de
Parecer da Comissão de Constituição e Justiça relativo ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 139/97. Ainda, os trabalhos estiveram suspensos das dezessete
horas e vinte e cinco minutos às dezessete horas e vinte e seis minutos, nos
termos regimentais. Às dezoito horas e quinze minutos, esgotado o prazo
regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser
realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz,
Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro e secretariados pelos
Vereadores Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Passamos à
Fará
uso da palavra o Sr. José Roberto Araújo, Presidente do Sindicato dos Taxistas
de Porto Alegre, pelo tempo de 10 minutos.
O SR. JOSÉ ROBERTO ARAÚJO: Sr. Presidente, Srs. e Sras. Vereadores.
A Vera. Maria do Rosário - que, infelizmente, não está presente - havia, na
outra ocasião em que aqui estive, feito uma reclamação dizendo que eu só vinha
a esta tribuna para falar mal do Executivo. Disse a ela que gostaria de vir
aqui exclusivamente para elogiá-lo, o que significaria que o Executivo estaria
em sintonia pelo menos com esta parcela da população, que são os taxistas, mas,
infelizmente, é difícil não criticá-lo, porque volta e meia são ditas e feitas
coisas que não se devem dizer e fazer. Por exemplo: nesta semana o Sr.
Secretário Substituto da SMT, Mauri Cruz, me fez - entendi eu assim - uma
ameaça, ou uma chantagem, dizendo que se esse Projeto não fosse votado como ele
queria, ele pediria que fosse vetado. Até aí, tudo bem. Está dentro da
democracia, dentro dos trâmites legais. Só que ele foi um pouco mais além e
disse que se fosse derrubado o Veto nesta Casa, ele teria meios de complicar e
atribular a vida dos taxistas na vistoria dos táxis. E aí, alguém vai dizer:
isso é uma acusação grave. Realmente, e não é grave, é gravíssima. Só que há um
detalhe: os taxistas não são filhos de pais assustados. E o Projeto de Lei,
acredito eu, será votado e aprovado como a maioria entender que seja o melhor
para a população.
O
Projeto de Lei do nobre Ver. Elói Guimarães veio bem a calhar, exatamente numa
situação em que, no início da semana passada, mais um taxista perdeu a sua vida
para dois jovens de 15 anos, armados, que lhe desferiram três tiros na cabeça.
Então, esse Projeto, que até então foi negado pelo Executivo, poderia,
tranqüilamente, com um simples decreto, ter sido liberado há muito mais tempo.
Há dois anos vimos lutando e brigando para que esta publicidade seja liberada,
com a intenção de patrocinarmos o sistema de rastreamento e monitoramento de
veículos nos táxis da capital.
Foi
elaborado um Substitutivo, pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do
Consumidor, que achamos muito interessante, mas nessa negociação foi colocada,
pelo Ver. Henrique Fontana, uma Emenda que cria o FUNTÁXI, que seria um fundo
municipal de segurança ao taxista e composta por um representante da Prefeitura,
um representante do COMTU, um representante do SINTAPA e um representante do
SINTÁXI.
Só
que nós temos alguns problemas: em primeiro lugar, uma Lei Ordinária não pode
anular uma Lei Complementar, até aí já está morta esta parte.
Segundo
ponto: o SINTAPA é considerado, até pela Justiça, inexistente e ilegal. E já
foram, inclusive, o Sr. Prefeito e o Sr. Mauro Cruz, notificados para que não
houvesse nenhuma designação de atividades mais ao SINTAPA, sob pena de multa de
dez salários mínimos/dia. Então, só
este fato aqui, na Emenda nº 03 ao Substitutivo nº 01, já está prejudicado.
Terceiro:
um fundo teria que ser criado a partir do Executivo. Ora, mas o fundo pode ser
criado a partir do Executivo para administrar fundos do Município. Os fundos da
propaganda nos táxis não são e não compõem o fundo municipal. Ele é um fundo de
uma categoria para uma categoria, jamais fugindo desta categoria. Tanto, que
diz na Emenda que a renda dessa propaganda vem, exclusivamente, beneficiar,
patrocinar o sistema de segurança dos taxistas em rastreamento e monitoramento
de veículos, e quando sobrar esse dinheiro, ser revertido ao sistema de saúde
do taxista. Ora, se essa receita advém do taxista e é revertida ao próprio
taxista, Senhores, me perdoem, não é uma receita municipal, e não é uma receita
pública, mas privada, portanto, não é passível de ingerência municipal nesse
assunto, tanto que já há jurisprudência a respeito.
Novo
Hamburgo, por exemplo, aprovou uma lei das propagandas, e essa lei diz que
seria administrada pelo Município, e passou no legislativo novo-hamburguense.
Só que os taxistas entraram com um recurso na Justiça, que é uma instância
maior, e essa lei foi revogada nesse ponto.
Não
pode, senhores, o Poder Municipal ter ingerência numa verba que não é pública;
é uma verba privada, nesse caso, dos taxistas.
Portanto,
nós entendemos que esse Substitutivo deve ser aprovado, porque ele virá
beneficiar a categoria dos taxistas, virá para tentar salvar algumas vidas, o
que não ocorre até hoje, quando taxistas perdem a vida durante a noite ou até
durante o dia; ele virá patrocinar um sistema que não eliminará em 100% a
violência contra os taxistas, isso nós sabemos - cem por cento de segurança nós
não temos nem em casa, pois um ladrão pode entrar em nossa casa e nos assaltar
-, mas, certamente, irá diminuir, e em muito, os assaltos a taxistas.
Sábado
passado, o posto BR do Touring Club, na Azenha, foi salvo pelos taxistas de ser
assaltado. Ao passar pelo local, os taxistas, vendo a movimentação dos
assaltantes, correram em socorro. Enquanto uns atendiam o posto, outros
chamavam a Brigada, e os assaltantes foram presos.
Nós
estamos plenamente favoráveis à aprovação do Substitutivo nº 1 e rejeitamos a
Emenda do Ver. Henrique Fontana, que cria o FUNTÁXI, e as Emendas nºs 4, 5 e 6.
E nós desejamos que os próprios taxistas façam a gerência daquilo que é seu.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença do SINTÁXI,
através do seu Presidente e demais colegas. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h25min.)
O SR. PRESIDENTE (às 14h26min): A Sra. Anamaria Negroni está com a
palavra
A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Requerimento): Requeiro a inversão da ordem dos
trabalhos, para que, em primeiro lugar, passemos ao Grande Expediente, para
homenagearmos os 140 anos do Theatro São Pedro.
O SR. PRESIDENTE: Vera. Anamaria Negroni, V. Exa. concorda
com que possamos agregar ao seu Requerimento que, após o Grande Expediente,
passássemos à Ordem do Dia?
(A
Vera. Anamaria Negroni concorda.)
Em
votação o Requerimento de inversão dos trabalhos: primeiro o Grande Expediente
e, após, a Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Neste dia especial vamos homenagear o Theatro São Pedro, um dos teatros mais tradicionais deste País, que teve sua recuperação no ano de 1984, sendo capitaneado este trabalho por uma das figuras mais ilustres da cultura deste Estado e deste País: a nossa querida Eva Sopher.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr. Presidente, o País ontem perdeu um
grande cantor, uma figura exponencial da sociedade brasileira, que embalou os
sonhos de muitos jovens do Brasil, cuja perda nós lamentamos, não só por ser
jovem ou por ser um grande cantor, mas, também, por ser um homem que toda a
sociedade amava: morreu, ontem, o Leandro.
Por
isso, solicito que seja feito um minuto de silêncio.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo, de forma
oportuna, lembra o passamento do cantor Leandro, da dupla sertaneja das mais
conhecidas do País, e requer de forma justa um minuto de silêncio.
Concitamos
os Srs. Vereadores e a toda a assistência para que, em pé, façamos essa
homenagem póstuma a essa pessoa que marcou o coração do povo deste País.
(É
feito um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Passamos ao
Hoje,
o Grande Expediente é destinado a homenagear a passagem dos 140 anos do Theatro
São Pedro, por iniciativa da Vera. Anamaria Negroni. Convidamos para que
integre a Mesa a ilustre Presidente dessa Fundação Theatro São Pedro, pessoa
cuja figura se confunde com o Theatro, Sra. Eva Sopher.
Convidamos,
também, para integrar a Mesa o representante do Sr. Prefeito Municipal, Sr.
Hamilton Braga; o representante da Secretaria Estadual de Cultura, Sr. Victor
Odorcyk - Secretário Substituto; o Diretor da Associação Amigos do Theatro São
Pedro, Sr. Elton Azambuja; o representante da Secretaria Estadual de Educação
Sra. Maria Helena Dias; o representante do Comando-Geral da Brigada Militar,
Major Elcio Pedroso.
A
Vera. Anamaria Negroni está com a palavra. Falará em nome de todas as Bancadas.
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a
palavra. Falará em nome de todas as Bancadas.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.) Foi com imensa satisfação que esta Vereadora propôs esta homenagem aos 140 anos de aniversário do Theatro São Pedro. E é com imensa alegria e com imensa responsabilidade que falo, neste momento, por um acordo de Bancadas, em nome de todas as Lideranças e Vereadores desta Casa, porque, na realidade, todos os Vereadores gostariam de estar homenageando o Theatro São Pedro, através da Sra. Eva Sopher.
Falar do Theatro São Pedro é bastante fácil e bastante difícil. Fácil, por ser um templo de cultura. Ninguém pode negar a sua grandiosidade nesta Capital. Ele não é visto dessa forma só aqui, eu acredito que também no Rio Grande do Sul, em todo Brasil, e até fora dele, o nosso Theatro São Pedro é visto como um templo de cultura. Ao mesmo tempo é difícil porque, se formos colocar aqui tudo o que já aconteceu, tudo que ele pôde apresentar nesses 140 anos, nós não teríamos espaço, de forma alguma, nesses 10 minutos que temos.
Eu
acredito que esta homenagem é bastante singela, dada a grandiosidade do Theatro
São Pedro e do trabalho que a Sra. Eva Sopher tem desenvolvido e desenvolveu na
época de sua restauração; continua trabalhando em prol do Theatro, fazendo com
que ele continue existindo, e a gente vê que ele está cada vez mais forte. Eu
li em uma reportagem que a Sra Eva Sopher não imaginava que o Theatro São Pedro
seria tão grandioso como é hoje, se fala praticamente em dois espetáculos por
dia. Então, é muita coisa para um teatro. Isso é trabalho e ninguém pode negar
que a Sra. Eva Sopher, com seu colaboradores, a Associação do Theatro São
Pedro, a Orquestra de Câmara, todos trabalham em prol do Theatro São Pedro, e é
um trabalho muito bonito. Tenho a grande honra de ter um número bastante baixo
na Associação do Theatro - 009003 - e, como associada, faço questão de estar
presente; acredito que a maioria dos presentes têm muito orgulho do nosso
Theatro.
É
na figura da Sra. Eva Sopher que gostaria de enfocar esta homenagem aos 140
anos do Theatro, porque tenho muita consideração por essa Senhora. Às vezes,
muitas pessoas não reconhecem trabalhos tão dignos, tão relevantes como o que a
Senhora tem desenvolvido. Conversando com a Senhora em algumas oportunidades,
eu tive a sensação de que nem todos reconhecem um bom trabalho, mas nem Jesus
Cristo conseguiu agradar a todos.
Nós
trouxemos um vídeo que queremos passar para mostrar a grandiosidade desses 18
anos que foi a reconstrução do Theatro. Também trouxemos, para esta tarde,
outra homenagem muito importante, que é a música, e que será interpretada pela
nossa querida Marlene Pastro. É uma música muito bonita, uma balada feita em
homenagem a Dona Eva Sopher, com letra de Carlos Surbin e música da própria
cantora Marlene Pastro.
Tantas
coisas bonitas foram escritas nesse livro que a Senhora teve a gentileza de me
presentear: “O Theatro São Pedro”.
Esse livro está à disposição no Theatro São Pedro para quem quiser adquirir.
Realmente, vale a pena. Eu gostaria de ler uma referência do nosso querido e
tão amado Mario Quintana, que diz o seguinte: Fundado em 1858, o Theatro São
Pedro já era tradicional quando eu, moço, comecei a freqüentá-lo, e foi
envelhecendo com a gente, carcomido por cupins, que é a maneira que têm os
edifícios de envelhecer. Mas quem foi que disse que envelhecemos juntos? Veio
Dona Eva Sopher, com toda a sua alma de artista, herdada da pátria de origem, e sujeitou o velho São Pedro a uma
operação de rejuvenescimento. De vetusto e meio pesadão que era, ei-lo, agora,
lépido, leve, quase aéreo, pronto a acolher jovens e velhos, ou melhor, jovens
de todas as idades, pois o amor, a arte e a beleza é o segredo de não envelhecer. Realmente são palavras muito bonitas do nosso querido Mário
Quintana.
Eu
gostaria de ler a apresentação do livro pela Dona Eva Sopher, que diz o
seguinte: “Se difícil foi reconstruir o Theatro São Pedro, também não é fácil
mantê-lo intacto durante tantos anos, com a ininterrupta programação da qual
não abrimos mão. Mas se o resultado da construção foi tão positivo e a
programação tão aplaudida, sinto-me inteiramente recompensada”. E pode sentir-se, Dona Eva Sopher.
Sentimos um orgulho muito grande quando chegamos ao Theatro e somos
recepcionados pela Senhora. Como eu sempre digo, temos uma recepcionista de
luxo, de todo o mundo, que é a Dona Eva Sopher. Eu lhe agradeço pelas palavras
que escreveu neste livro que me ofertou: “Para a minha amiga Vera. Anamaria,
com um abraço carinhoso. Eva Sopher”. Vou guardar este livro com muito carinho,
porque a considero uma grande amiga, e a Senhora agora vem demonstrando isso.
Para mim é uma grande alegria, uma grande honra. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Neste Grande Expediente vamos abrir uma
janela para ouvirmos uma interpretação da nossa cantora Marlene Pastro, figura
conhecida de todos nós, de Porto Alegre e do Rio Grande, que nos honra com a
sua presença e que, neste momento, interpretará a Balada para Eva Blaut, em
homenagem à Senhora Eva Sopher, Presidente da Fundação do Theatro São Pedro,
cuja letra é de autoria do Jornalista Carlos Urbim e a música é de autoria da
própria cantora. Marlene, só lamentamos não poder dar as mesma condições
técnica que tu terias no Theatro São Pedro, mas vale o coração.
(Foi
realizada a apresentação musical.)
O
Ver. João Dib está com a palavra para Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Srs. Vereadores.
(Saúda os presentes.) A Vera. Anamaria Negroni propôs esta homenagem aos 140
anos do Theatro São Pedro e falou por toda a Casa. Mas hoje, pela manhã, quando
reuníamos a Mesa e as Lideranças, eu disse que eu também falaria, ainda que a
Vereadora interpretasse com muito sentimento a posição desta Casa.
O
meu primeiro contato com o teatro - eu que fui criado no interior do Estado -
foi no Theatro São Pedro, exatamente, quando assisti a peça “Topaze”,
interpretada por José Lewgoy, que viria a ser uma glória das artes brasileiras.
Mas eu fiz questão de falar aqui, hoje, porque em 1972 o meu Partido fazia uma
convenção no Theatro São Pedro. Foi o último ato antes que o São Pedro encerrasse
suas portas. E como aconteceu aquela reunião? Era um domingo chuvoso e dentro
do Theatro São Pedro chovia muito. Tínhamos que escolher lugares para poder
realizar a nossa Convenção. Mas, 12 anos depois, eu era Prefeito da Cidade, fui
lá assistir a um novo São Pedro, o São Pedro da. Eva, esse São Pedro que todos
nós aprendemos a admirar e gostar, porque faz parte da história de Porto
Alegre, mas que não estaria nas condições em que está se não tivesse o carinho
e o entusiasmo da Eva Sopher, que fez com que, quando inaugurado, a Bibi
Ferreira dissesse que o Theatro São Pedro é um templo.
Mas
eu perguntava para o meu amigo Elcio o que ele diria se ele fosse falar aqui e
ele me disse uma coisa que eu achei extraordinária. Ele disse que o São Pedro é
uma colméia de trabalho e a rainha dessa colméia é Eva Sopher, sem dúvida
alguma. E esse trabalho da Eva Sopher no Theatro São Pedro é tão respeitado, é
tão apreciado que já extrapola as fronteiras do Município. Os conhecimentos já
estão ajudando outras cidades do interior; Santa Maria é um caso.
Então,
Da. Eva Sopher, eu não podia deixar de vir aqui e lhe dar um abraço
extraordinário e dizer que acredito que, em breve, tenhamos outras razões de
entusiasmo, porque nós vamos ver os anexos do São Pedro crescerem, e esta
Câmara já aprovou as áreas necessárias. E, de repente, nós vamos ter que fazer
outras homenagens para esta moça que tem um entusiasmo extraordinário e que faz
com que o Theatro São Pedro seja realmente uma glória para Porto Alegre, para o
Rio Grande.
Portanto,
Da. Eva, o meu carinho especial, o carinho da minha Bancada, do Ver. João
Carlos Nedel, do Ver. Pedro Américo Leal, mas, tenho certeza, também o carinho
especial dos 33 Vereadores desta Casa. Eu faço questão de expressar, aqui, o
nosso desejo de que a Senhora continue com este entusiasmo por muitos e muitos
anos, fazendo Porto Alegre mais notada no mapa artístico do Rio Grande e do
Brasil. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Como extensão da Mesa queremos também
citar a presença do Diretor Operacional do Theatro, Sr. Clóvis Aranha Gomes e
demais amigos do Theatro São Pedro. Está
com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: (Cumprimenta os componentes da Mesa.)
Quando Dona Eva comemorava seus bem vividos setenta anos - cada vez mais jovem
esta artista que devolveu ao Rio Grande do Sul o Theatro São Pedro, um
monumento de arte e de beleza; muitas vezes confundi o Hospital São Pedro com o
Theatro São Pedro, que também é uma casa de terapia, e a terapia vem pela arte
- foi saudada por uma grande amiga, a Professora Olga Reverbel. Essa professora
fez alguns versos para Dona Eva que, no final da poesia, dizia que um dia Dona
Eva morreu, foi para o céu e, lá chegando, preencheu uma ficha, dizendo o
seguinte: “Nome: Eva Sopher. Profissão: Diretora do Teatro São Pedro. São Pedro
disse para ela que ela seria eterna e que ela deveria ir lá para baixo cuidar
dele”. No talento de Dona Olga Reverbel podemos explicar toda a juventude, toda
a garra e competência a serviço do belo e da arte. O belo é a arte e a arte é o
belo.
Logo
que o São Pedro foi inaugurado, a amizade, o carinho e a intimidade de uma
pessoa desta Casa, que hoje não está aqui porque está acamada, chamada Ver.
Antonio Hohlfeldt, e que gostaria de estar aqui falando para Eva Sopher, lançou
um livro chamado “Doce Fera”. Nunca vi um livro e um título que funcionaria
como se fosse um carimbo para a personalidade, para expressar o que é a
personalidade dessa mulher que é um orgulho para nós. Acompanhando a sua
recriação, de tal forma de amalgamaram a beleza, a arte e Eva Sopher num
conúbio quase proibido, quase um concubinato e que em vez de Adão e Eva,
indiscutivelmente, seria Eva e São Pedro. Ficamos ao longe, agradecendo no
espírito de Jaques Klein, Bidu Saião, nos acordes do “I Music”, na arte
grandiosa de Tônia Carrero, de Fernando Montenegro, de Paulo Autran, de Chico
Buarque de Holanda. de Cláudia Raia, de Mozart, de Gustav Müller, de Rossini,
de Verdi, de Lupicínio Rodrigues, de Plauto Cruz, de Jessé Silva, de Ana
Botafogo, de Dante Barone, antigo administrador do antigo Theatro São Pedro, de
Miguel Proença, nosso pianista, da Orquestra Sinfônica de Blumenau que toca tão
bem, de Alberto Neponuceno, de Karl Von Welen, de Procópio Ferreira, da Walmor
Chagas que te agradecem por restaurar, por reviver, por reamar Doce e Jovem
Fera. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: É claro que, por mais que os oradores
pudessem dizer as suas mais belas palavras, exprimir os seus mais belos
pensamentos nesta tarde, não iriam conseguir satisfazer a todos nós, que somos
exigentes em ouvir elogios a esta que realmente merece, que é a Dona Eva
Sopher, por todo trabalho que ela já realizou e que continua realizando.
Como
Presidente desta Casa estou muito honrado em poder estar sentado ao lado desta
mulher que realmente admiro tanto, e não apenas eu, mas todo o Rio Grande do
Sul a admira por tudo aquilo que ela representa.
Vamos
agora apresentar o vídeo do Theatro São Pedro, o início da sua história, a
reconstrução e a reinauguração.
(Procede-se
à mostra do vídeo.)
O SR. PRESIDENTE: Vamos conceder à palavra à Sra. Eva
Sopher.
A SRA. EVA SOPHER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, amigos:
quando a Vera. Anamaria Negroni me falou sobre essa homenagem para o Theatro
São Pedro, pelos seus cento e quarenta anos de existência, também me disse que
deveria fazer um pronunciamento. Mas como não gosto de me pronunciar, por
esperteza, sugeri que fosse passado o vídeo do Theatro São Pedro. Espero que os
senhores tenham gostado e acredito que ele fala muito mais do que qualquer
palavra que eu possa dizer.
Agradeço,
de coração, a homenagem que transmito ao Theatro São Pedro. Muito obrigada.
(Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Vamos suspender a Sessão para que os
Vereadores possam se despedir dos nossos convidados e, principalmente, da nossa
querida homenageada, juntamente com o Theatro São Pedro, Dona Eva Sopher.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h25min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h30min): Queremos agradecer as presenças do
Presidente da Câmara de Vereadores de Garibaldi, Ver. Antônio Cetocin e do
Presidente da Câmara de Indústria, Comércio, Serviços e Agricultura de
Garibaldi, Sr. Paulo Fanti, e do Ver. Cássio Brufatto, do PMDB, de Garibaldi,
também. Esta Casa sente-se honrada com suas presenças.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente. Antes da chegada de V.
Exa., já tinha sido feito o pedido de inversão da ordem dos trabalhos, no
sentido de que, depois do Grande Expediente, da homenagem a Sra. Eva Sopher e
pelos cento e quarenta anos do Theatro São Pedro, passássemos imediatamente a
Ordem do Dia. Isso já foi decidido pelo Plenário e requereria a V. Exa. que, em
conformidade com reunião da Mesa e das Lideranças, feita hoje pela manhã, que
na apreciação das proposições, fosse observada a ordem acordada. Ou seja,
inicialmente os projetos de folhas nºs 23 (PLL nº 070/98); 17 (PLL nº 139/97);
10 (PLCE nº 001/98); 08 (PELO nº 001/98); 20 (PLE nº 007/98); 13 (PLL nº
045/97) e 15 (PLL nº 067/97).
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Juarez
Pinheiro. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, tomei conhecimento que a
1ª Câmara Civil, por três votos a zero, aceitou a liminar que impedia a
construção da pista de eventos no Parque Marinha do Brasil. Como os votos e o
Parecer são verdadeiras aulas de como se deve administrar, fato que não ocorreu
na administração da Prefeitura, estou requerendo a V. Exa. que a Procuradoria
da Casa traga ao conhecimento de todos nós, fornecendo cópias deste Parecer e
dos votos prolatados no momento em que foi confirmada a liminar, tornando
inviável a construção da pista de eventos no Parque Marinha do Brasil.
É
importante que todos os Srs. Vereadores tenham conhecimento dessa liminar. Eu
solicito à Sra. Diretora Legislativa que providencie junto à Procuradoria da
Casa cópias desse Parecer para que possamos passá-los aos Vereadores que assim
o desejarem.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não contestando o
Requerimento do Vereador, mas apenas informando que tratava-se de um agravo e
que foi apreciado pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça e, possivelmente,
como é uma decisão coletiva, a nossa Procuradoria não o tenha ainda, hoje,
porque será lavrado um acórdão. É impossível, faticamente, que isso venha hoje,
a Procuradoria não terá condições de fornecer. Mas trata-se de um agravo
proposto pelo Município e que, pela informação, não foi provido.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
na condição de Liderança do PT, nós estamos providenciando todas as informações
necessárias aos Srs. Vereadores, e que foram também requeridas aqui desta
tribuna. Nós estamos em contato com a PGM - Procuradoria-Geral do Município - e
traremos à Câmara Municipal e às Lideranças as informações sobre esse Processo.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, acredito que a cautela
que sempre tem regido os atos desta Presidência, nem era preciso ser
recomendada. Evidentemente que se trata de uma decisão judicial, cujas
características ainda não estão bem claras; não se trata de liminar ou não, se
é ou não uma decisão sobre o mérito; se é um agravo.
Então,
todos esses detalhes existem. O que não apaga o fato de que efetivamente existe
uma manifestação do Poder Judiciário estabilizando uma posição que já vinha
sendo sustentada no tempo.
O SR. PRESIDENTE: Agradeço também a V. Exa.
O
Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras; demais visitantes, que nos honram com suas presenças, inclusive,
Vereadores, nossos colegas do Interior do Estado. Quero neste pronunciamento
ressalvar, já de saída, a posição e os esforços do Ver. Henrique Fontana, que
não se encontra em Plenário, da própria Vera. Maria do Rosário que tem
reiterado - não temos por que não acreditar -, ela mantém a posição de lutar
por aquilo que vou, agora no pronunciamento, colocar.
Por
isso, estou ressalvando para ver a lisura do pronunciamento, porque não quero
ser eivado de nenhuma frase que possa parecer aproveitamento da situação; pelo
contrário, ressalvo para dizer que os próprios Vereadores do PT estão
empenhados em que essa situação se resolva o mais breve possível. Infelizmente,
não quero ter razão naquilo que já afirmei e reafirmei, mas tenho a impressão
de que há uma dissociação entre a Bancada governista, pelo menos parte de
dissociação, em alguns assuntos muito importantes como esse da Bancada
governista desta Casa com o Executivo.
Vejamos
a questão dos técnicos em radiologia: foi objeto de um Projeto que se
transformou em lei, porque nós aprovamos, rejeitamos o Veto, transformou-se em
lei, transformando operadores de Raio X em técnicos de radiologia, mas não
simplesmente por vontade deste Vereador de que houvesse essa transformação.
Não. É porque foi uma longa história discutida nesta Casa sobre o direito
dessas pessoas de serem técnicos de radiologia, até porque o argumento que se
usava é que, nos editais se buscavam
técnicos em radiologia, se buscavam as condições que se exigem para ser técnico
da radiologia e depois se fazia, na prática - como é ainda, a lei que nós
aprovamos transformou -, técnicos apenas operadores de Raio X.
A
comprovação dessa tese, a vencedora desta Casa está aqui, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores: a Prefeitura acaba de lançar um Extrato de Edital, publicado há
poucos dias no “Correio de Povo”, de 22 de junho, onde está a contratação de
técnicos em radiologia e diz: “A Secretaria Municipal da Saúde necessita para
contratação emergencial, através de seleção prévia, nos termos do artigo 24,” -
que nós já modificamos - “técnicos em radiologia para trabalhar no Hospital
Pronto-Socorro. Pré-requisitos: título comprobatório da habilitação exigida,
plantão de 24 horas”, enfim, todas as demais exigências.
Srs.
Vereadores, pasmem, aqui está o Edital. para Técnico em Radiologia.
Mas
Srs. Vereadores, eles vão ser, esses contratados emergencialmente, como
operadores de Raio X. Srs. Vereadores, foi exatamente a tese que derrubamos
aqui na Casa. Não é possível acontecer isso. A Prefeitura congelou, está no
congelador, a lei. Novamente ressalvo o esforço do nobre Vereador, grande Vereador,
meu amigo, e grande Secretário que foi, reto, probo e por isso foi consagrado
pelas urnas, o nobre Ver. Henrique Fontana, o esforço que fez e está fazendo
para que esses operadores sejam técnicos em radiologia. Mas aí vem a Prefeitura
e contrata emergencialmente, novamente, usando técnicos em radiologia para
serem operadores de Raio X.
Francamente
acho - a Vera. Maria do Rosário sabe que eu ia fazer este pronunciamento, eu
não estou aqui fazendo, como disse, repito, nenhuma frase de efeito, nenhum
problema -, em nome do bom senso, em nome de tudo que é possível, que não pode
continuar esta situação, a Lei já existe. Se a Prefeitura quer técnico em
radiologia, contrate técnico em radiologia, e não operador de Raio X. Já tem a
Lei, já existe a Lei promulgada pelo Presidente da Câmara de Vereadores de
Porto Alegre, Ver. Luiz Braz.
Então,
eu que vinha silenciando, porque a gente está lutando junto com eles, junto com
os Vereadores do Governo que estão do lado da pretensão justa desse pessoal do
Pronto Socorro, a gente está lutando, mas quando chega no dia vinte e dois de
junho, depois que a Lei foi promulgada, no começo desse ano, e ainda não foi
resolvida. Tudo bem, a gente está esperando, está vendo, está aguardando,
enfim, nós acreditamos que: ”água mole em pedra dura, tanto bate, até que
fura”. Nós estamos nesta tese que angustia o pessoal, mas francamente,
novamente o Edital é no mínimo uma falta de bom senso ou um, já não vou dizer
desrespeito a esta Casa, depois que nós aprovamos a Lei, e a Lei não foi
colocada na prática, porque o que tem na prática é o seguinte: existe a Lei, e
não foram promovidos os operadores de Raio X nos termos da Lei, em técnico de
radiologia, mas eu digo, nós chegaremos lá. Agora, esse edital, francamente,
ele me dá uma tristeza muito grande, porque vejo que, ou nós não temos
prestigio nenhum, esta Casa é inócua, ou a Prefeitura faz “ouvidos moucos” e
não há ressonância lá. Espero com todo o carinho, com todo o respeito,
inclusive com a chancela dos Vereadores da Bancada governista - que sei também
às vezes ficam angustiados -, em nome de tudo isto, peço que a Prefeitura
finalmente resolva essa situação e coloque os termos nos seus devidos lugares.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Informamos aos Srs. Vereadores que o
Ver. Antonio Hohlfeldt solicitou Licença para Tratamento de Saúde no dia de
hoje. Também comunica Licença para Tratamento de Saúde o Ver. Eliseu Santos, no
dia de hoje.
O
Ver. José Valdir solicita, nos termos do art. 118, Inciso VIII, do Regimento da
Câmara, Licença para Tratar de Assunto de Interesse Particular, no dia de hoje.
(Obs.:
Foram aprovados os Requerimentos de licença dos Vereadores Antonio Hohlfeldt,
Eliseu Sabino e José Valdir, e dadas as posses aos Suplentes, conforme conta da
Ata.)
Tem
a palavra o Sr. 1º Secretário para proceder à leitura de material encaminhado à
Mesa.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento de autoria do Ver. Hélio
Corbellini, relativo ao PLL nº 028/98, Proc. nº 854/98, solicitando a retirada
de tramitação das Emendas nºs 05 e 06 apostas ao Substitutivo nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Está deferido.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Apregoamos também a Emenda nº 01 do Ver. Paulo Brum e da Vera. Tereza Franco relativamente ao PLCE nº 001/98.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
por Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta
Casa verifica nesta tarde as primeiras manifestações do inverno gaúcho com três
vereadores já sendo vitimados por doenças respiratórias e estado gripal
extremamente avançado, o que é muito próprio neste período.
Em
função disso, Sr. Presidente, tive que ir ontem até a Lomba do Pinheiro, na
João Oliveira Remião, e constatei um fato que determina, inclusive, que eu
venha à tribuna nesta tarde em Comunicação de Liderança.
Nós
sabemos, Sr. Presidente, que em 1996, depois de longo período de discussão e de
reivindicação, os moradores da Lomba do Pinheiro, especialmente os que residem
entre as paradas 21 a 25, obtiveram a priorização, dentro dos esquemas do
Orçamento Participativo, para o asfaltamento de cerca de 500 metros de rua, que
era exatamente do entroncamento com a Avenida do Trabalhador - naquela parte
que ela desvia para a Restinga - e era a continuação da Lomba do Pinheiro até
os limites do Município de Porto Alegre. Esta foi uma reivindicação antiga,
desde 1992 convivo com ela, e o caminho que era indicado sempre que nós
fazíamos o Pedido de Providências aqui na Casa, ou outro tipo de solicitação,
era de que a obra tinha que ser priorizada dentro do Orçamento Participativo.
Em
1996, com muita luta, Vera. Tereza Franco, os moradores conseguiram esta
prioridade. Tanto isso é verdadeiro que o plano de investimentos de 1997
contemplava de forma expressa e anunciava a realização daquela importante obra
durante, obviamente, o exercício de 1997. Este ano, verificando que a coisa não
andava, nós tentamos, no início do ano, incluir a pavimentação daquele trecho
neste programa maravilhoso que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul tem
feito na periferia da Região Metropolitana que se chama “Asfalto nas Vilas”,
que já propiciou, neste ano, mais de cem quilômetros de asfalto nas várias
cidades que compõem a Região Metropolitana. Como nós costumamos agir de forma
muito transparente, depois de ter feito o contato com o Secretário da Região
Metropolitana, nós protocolamos uma indicação aqui na Casa, para que não
parecesse que era o Ver. Reginaldo Pujol que estava querendo aparecer como o
salvador da pátria. A indicação começou a rodar, foi objeto de Parecer na
Comissão de Justiça, foi para a Comissão de Urbanismo Trabalho e Habitação e
ali fomos alertados, oficialmente, pelo Presidente da Comissão que em abril
deste ano havia, finalmente, sido publicado o edital de licitação para a
realização daquela obra e que em 23 ou 24 de abril haveriam de ser recebidas as
propostas para a execução da obra. Ocorre que estamos concluindo o mês de junho
e a informação que a população recebe é de que existem alguns problemas com a
licitação, que é possível que em agosto a obra inicie.
Ora,
Sr. Presidente, eu quero declarar aqui, de uma forma muito peremptória, que vou
responsabilizar a Administração Popular por este retardamento que eu entendo
proposital no atendimento dessa reivindicação. Não é lícito que se deixe uma população
inteira a mercê da própria sorte, convivendo com o barro, convivendo com a
poeira. Se faça uma promessa categórica num ano eleitoral que foi 96 e que
somente venha a se providenciar esta obra, cujos recursos inclusive estavam
empenhados no Orçamento de 1997, somente agora nas vésperas das eleições,
quando o processo eleitoral já está deflagrado, e que venha se fazer a
proposição da assinatura do contrato para, logo depois, se Deus permitir,
iniciar-se a construção dessa obra. Isso é uma barbaridade, um fato lamentável!
Quero
protestar violentamente contra esses acontecimentos, isso é uma prova
incontestável do uso da máquina pública com propósitos eleitorais, é o uso do
Orçamento Participativo como um aparelho político da administração do Município
de Porto Alegre. Os documentos que temos nesse sentido comprovam de forma
categórica as nossas afirmações.
Então,
Sr. Presidente, na responsabilidade de Líder do Partido da Frente Liberal nesta
Casa, em posição que é articulada, inclusive, com o Ver. Gilberto Batista que,
obviamente, mesmo não sendo morador daquela área, não desconhece esta situação,
quero apresentar o meu mais violento protesto. Espero que com esse protesto,
por manobra eleitoral ou não, pelo menos se faça essa obra este ano.
O
que eu estou verificando é que estão manobrando politicamente com aquela boa
gente da Lomba do Pinheiro e, certamente, haveremos de enfrentar o pleito
eleitoral que se avizinha, pouco mais de noventa dias nos separam dele, sem que
sequer essa obra seja iniciada.
É
uma promessa formal, é um compromisso que a Administração de Porto Alegre
assumiu com os moradores da Lomba do Pinheiro e tem que resgatá-lo, sob pena de
ser responsabilizada por sua omissão absoluta e pelo jogo eleitoreiro que está
fazendo em cima dos infelizes moradores da Lomba do Pinheiro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não
poderia deixar de vir a esta tribuna neste dia tão importante para o povo de
Porto Alegre, em especial, para a comunidade do Bairro Menino Deus.
Nós
que participamos intensamente junto com outros Vereadores desta Casa de um
trabalho para que a vontade dos moradores do Bairro Menino Deus fosse
respeitada, vimos com satisfação hoje a Justiça Estadual, através do Tribunal
de Justiça, manter, por unanimidade, a decisão de não permitir que a Prefeitura
de Porto Alegre agredisse o Parque Marinha do Brasil, os moradores do Menino Deus.
É lamentável que o Governo Municipal tenha querido, de forma impositiva, de
forma desrespeitosa e antidemocrática, construir no Parque Marinha a Pista de
Eventos, ou o famoso sambódromo.
Eu
lembro que na reunião que nós tivemos com a Comissão de Educação desta Casa
estavam presentes os Vereadores João Dib, Clênia Maranhão, Cláudio Sebenelo e
outros. Eu dizia aos Srs. Secretários que representavam o Governo Municipal que
tudo era um jogo de cena, era uma atitude de agressão à comunidade do Menino
Deus, tentando levar toda a questão, que era apenas sobre a localização da
pista de eventos, para um conflito racial, para uma atitude ligada a outras
proporções.
Eu
disse, na ocasião, que o Governo Municipal sabia que na Justiça iria perder, e
que a comunidade ficasse tranqüila, pois não aconteceria nada, não sairia
nenhuma pista de eventos no Parque Marinha do Brasil. Os Secretários, que
sabiam disso, e o Prefeito Municipal, que lamentavelmente mora no Bairro Menino
Deus - digo “lamentavelmente” porque não respeitou os vizinhos, que foram-lhe
pedir que não desse continuidade à tentativa de levar a pista de eventos para
lá -, simplesmente não quiseram ouvir a voz da razão, que é a voz do povo, a
voz maior. O povo foi à Justiça, à instância que lhe é reservada quando as
instituições da sua voz, da democracia não se consubstanciam no acolhimento por
parte do Executivo. Foi o que aconteceu.
Eu
lembro de uma audiência que tivemos com a associação do bairro e com o Sr.
Prefeito por mais de duas horas, e a resposta que o Sr. Prefeito deu foi que
fossem à Justiça, porque o PT não voltava atrás, porque o PT era irredutível,
porque quando o PT decidia estava acabado. E isto é muito triste, isto não é
bom para a democracia que o PT tanto fala, e que o Prefeito tanto fala.
E
fiz só um pedido ao Sr. Prefeito, já que não tem respeito com a sua comunidade:
peça aos seus Secretários, pelo menos, que não desviem a questão para o campo
do conflito racial que nada tem a ver com essa questão.
O
Menino Deus já acolhe as manifestações do Carnaval com a Banda do Saldanha, que
é tradicional no nosso bairro. Não existe nenhuma prevenção a nada, o que
existe é bom senso, seriedade, responsabilidade, que lamentavelmente o Prefeito
Raul Pont não teve com a comunidade do seu bairro. E, lamentavelmente, o seu
Partido não conseguiu fazê-lo entender que não é assim que se constróem os
fatos, a democracia.
Mas
a razão maior do povo foi confirmada com a decisão do Tribunal de Justiça do
Estado que não faltou com a justiça ao povo.
E
hoje, se o Governo Municipal tiver bom senso, ainda, se lhe restar um pouco de
bom senso, nem pense em recorrer dessa matéria. Deve, simplesmente, acolher a
decisão do Tribunal, acolher a decisão da vontade do povo do Menino Deus,
acolher a decisão do povo de Porto Alegre e encerrar essa questão.
Vamos
fazer a pista de eventos na Augusto de Carvalho que é o seu lugar, tem aí o
Projeto da Vera. Clênia Maranhão. Tem aí a nossa proposição de acolher a área
do Governo do Estado que o Governador Britto ofereceu. E vamos colocar a pista
de eventos no seu devido lugar.
Agradeço
a atenção de V. Exas. e quero deixar este registro, pois como membro da
comunidade do Menino Deus, como Vereador desta Casa estou exultante e feliz com
a nossa Justiça que não faltou ao povo do Menino Deus. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho
à tribuna para trazer dois temas: um, é o sério problema que vive a nossa
Cidade, hoje, a partir da situação de abandono do Centro da Cidade, que tem
feito com que os porto-alegrenses se distanciem, cada vez mais, dos serviços e
dos equipamentos que lá são oferecidos. Através da Comissão de Educação e
Cultura desta Casa, nós fizemos uma visita à Praça XV, o coração de Porto
Alegre, inclusive porque temos tido a informação, já confirmada pelo Executivo
Municipal, através da presença dos Secretários que aqui estiveram, de que o
Chalé da Praça XV, um símbolo histórico da Cidade, teria sido tombado. Porém,
hoje, a Praça XV está completamente isolada da população e precisa ser
devolvida à Porto Alegre.
Nós
tiramos uma série de fotografias que mostram a situação de abandono da Praça
XV; de um lado a rua está tomada por camelôs e não dá passagem às pessoas para
a praça; do outro lado o antigo abrigo dos bondes tem uma série de lanchonetes
sem nenhuma condição sanitária de funcionamento, cobertas de lixo, onde há uma
população de rua que vive naquela região, e com adolescentes drogados. Há
também uma situação de absoluta insegurança das pessoas que ali circulam. O
abandono da Praça XV não pode conviver com o discurso de revitalização do
Centro de Porto Alegre.
O
centro de cidades do tamanho de Porto Alegre, como Curitiba, por exemplo, ou de
outras cidades do MERCOSUL, como do Uruguai, tem sido um pólo aglutinador de
atrações turísticas, de desenvolvimento econômico, através dos estabelecimentos
que lá existem.
O
abandono do Centro de Porto Alegre é absurdo, porque é completamente
contraditório com a situação que vive o nosso Estado e com a busca da sociedade
porto-alegrense e gaúcha, de transformar Porto Alegre na Capital do MERCOSUL.
Como se pode falar em política de turismo à Cidade se as pessoas não têm acesso
ao Centro da Cidade? Como se pode falar na revitalização do Centro, ou
implantação e restauração de novo restaurante, como o previsto ao Chalé da
Praça XV, se a população não pode chegar à praça XV, que hoje está cercada de
buracos. Quando chove fica cercada de lama, água da chuva, isolando a praça que
como todas as praças deveria ser um local aberto, de acesso à população. Eu
acho que a Comissão de Cultura deve continuar na luta pela restauração,
revitalização da Praça XV e pela restituição da Praça à população da Cidade.
Eu
acho que toda a população de Porto Alegre acompanhou, hoje, um outro tema que é
a questão de uma pista de eventos, uma luta antiga da comunidade cultural e
carnavalesca da nossa Cidade, que tem sido apoiada por esta Câmara, inclusive
através da posição de uma Comissão especial que aqui funcionou. A Primeira
Câmara Civil respaldou a posição do Ministério Público, evitando assim a
implantação de um equipamento enorme como seria a Pista de Eventos em cima de
um parque. O Parecer foi muito claro, isso seria um flagrante desrespeito à
Legislação da nossa Cidade. Esperamos com isso que enfim possamos começar a
perceber um novo momento de construção de uma pista de evento. Nós esperamos
que o Executivo Municipal apresente um local viável para a construção de uma
pista de eventos e para que nos próximos carnavais, para que nos próximos
grandes atos culturais, os porto-alegrenses possam ter a sua pista de eventos,
porque enquanto ela for sugerida em locais proibidos por lei nós continuaremos
na mesma situação. Porto Alegre deve ter uma pista de eventos e o debate
continuado na sociedade porto-alegrense. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Vera. Maria do Rosário
em Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e
Vereadoras, queremos analisar, com esta oportunidade que temos, a recusa do
Agravo de Instrumento que visava a desconstituir a liminar e possibilitar o
início do processo licitatório para a construção de uma pista de eventos em
Porto Alegre. Consideramos que o mérito da questão não foi julgado e avaliamos
que aqueles Vereadores que ocupam esta tribuna, os espaços públicos, na defesa
de um procedimento judicial em relação a esta matéria, têm os ouvidos fechados
para o desejo da população que já foi expresso em diferentes momentos dentro da
nossa sociedade, defendendo um espaço público múltiplo, cultural, democrático,
de fácil acesso - como desejamos e como a população deseja - de manifestações
culturais, esportivas, artísticas diferenciadas, como permite esse equipamento
cultural que chamamos de Pista de Eventos. Queremos dizer que o Município de
Porto Alegre e a sociedade civil estabeleceram um processo absolutamente
transparente, democrático, de discussão com esta Casa, com a sociedade e com
todos os que fazem e promovem a cultura nesta Cidade. Esta localização do
Parque Marinha e do Gigante da Beira Rio foi decidida a partir de audiências
públicas e a partir do EIA-RIMA, do estudo de impacto ambiental. Para nós há
proteção do meio ambiente, há garantia de que o futuro e de que o planejamento
urbano serve não só ao presente, mas a gerações futuras. A qualidade de vida
não é uma fonte de expressão apresentada como mera retórica.
Fazemos
exatamente diferente do que é feito em relação - chamo a atenção dos Srs.
Vereadores porque a Casa amanhã realizará audiência pública na COSMAM sobre a
matéria - à Ford, pois uma grande empresa está-se colocando do outro lado do
Guaíba e dois terços da população deste Estado vive nesta região em torno da
bacia hidrográfica do Guaíba. Um estudo de impacto ambiental para a localização
dessa empresa na cidade de Guaíba em nenhum momento analisa o impacto daquela
empresa e o que ela jogará para dentro do nosso lago, do nosso rio, quanto o
impacto que terá sobre Porto Alegre. Sobre isso eu não vejo os colegas
Vereadores se pronunciarem. Eu espero que a audiência da COSMAM chame a atenção
dos senhores e das senhoras para a gravidade do que significa um contrato
criminoso que foi assinado entre o Governo do Estado e a FORD, no qual o
Governo do Estado se responsabiliza por toda poluição ambiental que essa
empresa jogar sobre o ambiente ou no Rio Guaíba; Guaíba para o qual recursos
internacionais são todos os dias buscados e canalizados, no sentido de que
possamos ter tratamento de esgotos, que possamos ter tratamento de todos os
seus afluentes e possamos vê-lo com aquilo que já concretizamos em Porto
Alegre, como cidade, como Administração Popular, como Orçamento Participativo,
na balneabilidade do Lami, e que nós queremos ver em Ipanema, em Belém Novo e
aqui, na ponta do Gasômetro.
Portanto,
quero dizer que temos confiança de que, no mérito, teremos uma vitória
considerável, mas o prejuízo que esses senhores que estão impondo para a
Cidade, impedindo que se inicie o processo licitatório da Pista de Eventos, é
um prejuízo incalculável que cada um pagará o seu preço por isso. Concluo
dizendo que realmente o meio ambiente está ameaçado pelo contrato criminoso
entre FORD e Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Sobre isso, afora alguns
Vereadores, não vi as Bancadas que representam o Governo Estadual se
pronunciarem nesta Casa. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos saudar, pela presença em
Plenário, o Ver. Nede Soares, Suplente pelo PSDB. Apregoamos a Emenda nº 7 ao
Substitutivo nº 1 ao PLL nº 028/28, Proc. nº 854/98, de autoria do Ver. Hélio
Corbellini, que autoriza aos táxis a portarem painéis publicitários no teto e
dispõe sobre a utilização das receitas providas dos painéis e dá outras
providências. Apregoamos a Emenda nº 4, de autoria do Ver. Antônio Losada e
pela Liderança do Partido dos Trabalhadores, ao PLL nº 139/97.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Havendo quórum, passamos à
PROC.
1507/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 070/98, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Jayme Caetano
Braun.
Parecer
- da CCJ. Relator Ver. Guilherme Barbosa:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – Art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do
Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 070/98. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) (Após a chamada.)
APROVADO por 26 votos SIM.
PROC.
2382/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 139/97, de autoria do Ver. Antônio Losada, que
normatiza a utilização do sistema de código de barras pelos estabelecimentos
comerciais e congêneres e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 e 03 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.
Parecer
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM;
-
discutiram a matéria os Vereadores R. Pujol, A. Losada, N. D’Ávila, J.
Pinheiro, J. Dib, H. Fontana, P. A. Leal, C. Sebenelo e M. Rosário.
- retirada a Emenda nº 02.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 139/97. O Sr.
Jocelin Azambuja está com a palavra para discutir.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Há
pouco, conversava com o Ver. Antônio Losada e entendo que o Vereador está imbuído
das melhores intenções nesta matéria. Mas alguns aspectos precisam ser
analisados.
Existe
neste momento uma discussão nacional a respeito da questão. A matéria, pela sua
competência, é de âmbito federal e, logicamente, a nossa matéria municipal não
pode se sobrepor à legislação federal. Foi dado até um acréscimo de prazo às
instituições ligadas ao setor supermercadista no sentido de que possam se
adequar à legislação federal.
Coloquei
ao Ver. Antônio Losada que achava importante a matéria que ele trazia, mas não
tinha me dado conta, ainda, da questão que envolve a hierarquia das
legislações. Recordo-me quando nós aqui votamos a questão que envolvia os
cintos de segurança, matéria do, então, Ver. Mário Fraga. Fizemos uma ampla
discussão, acabamos votando, mas a matéria estava condicionada justamente à
Legislação Federal. Então, de nada adiantou nós votarmos uma matéria que foi de
imediato regulada pela Legislação Federal e, também, Srs. Vereadores, mais
adiante, de forma ampla, com o novo Código Nacional de Trânsito.
Então,
existem discussões que são positivas no caráter político e acho que a discussão
política que o Ver. Antônio Losada fez e trouxe a esta Casa é positiva, mas
aprovarmos a matéria é outro passo que prejudica a nossa competência.
Então
há de se ter sempre como visão esses aspectos que realmente devem ser
observados pelos Vereadores quando da elaboração dos projetos de lei e da sua
aprovação. Muitas vezes considero positivo que se discuta uma matéria dentro da
Câmara mesmo fugindo do âmbito da nossa competência, mas que não se perca de
vista as limitações que temos na hora do voto. Aí, esbarramos no aspecto de
como legislarmos sobre algo que não atinge a nossa competência.
Por
isso estou aqui discutindo esta matéria, voltando a frisar que acho importante
a discussão levantada, a mobilização assim como tenho visto uma luta pelo
Movimento das Donas de Casa, Movimento da Federação das Mulheres Gaúchas e de
diversas entidades que defendem o interesse público, o interesse do consumidor.
Mas temos que ter sempre em vista estes aspectos que são tão necessários quando
da aprovação das leis: os limites que temos. Às vezes, aprovamos projetos de
leis que depois o Poder Executivo argúi a inconstitucionalidade e derruba as
leis que aprovamos e não conseguimos derrubar os vetos porque esbarramos no
aspecto legal.
Nesse
sentido é que trago a discussão. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Cyro Martini que
cede o seu tempo ao Ver. Antônio Losada para discutir o PLL nº 139/97.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
apresentamos esse Projeto visando ressalvar o direito à informação da
comunidade consumidora que aflui às redes de supermercado. O nosso Projeto visa
à transparência, à informação, à democratização para essa grande massa de
consumidores que freqüentam os supermercados. Os acontecimentos ocorridos no
Rio de Janeiro obrigaram a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da
Justiça a tomar medidas rigorosas com as alterações que ocorriam com a
utilização do código de barras, medidas essas que levaram a pesadas multas. O
nosso Projeto visa evitar esse tipo de polêmica, esse tipo de falta de
transparência das informações, dos preços colocados nas gôndolas, nas
prateleiras. Muitas vezes, em função da agitação, do deslocamento das
mercadorias nas gôndolas, o consumidor chega no caixa sem a informação do preço
que ele tem que pagar. Sabemos da velocidade, da rapidez, da falta de tempo que
hoje existe na sociedade moderna, então precisamos precificar, precisamos
colocar com clareza os preços em reais em todos os produtos. Sabemos que há em
torno de 10 a 15 mil itens no supermercado. Não é possível os consumidores
acompanharem as alterações que ocorrem sem a colocação de etiquetas. Não somos
contra o código de barras, somos favoráveis, mas acrescentamos a ele a
utilização da etiqueta em reais.
Do
ponto de vista da legalidade do nosso Projeto, que foi argüido pela
argumentação do nobre Ver. Jocelin Azambuja, quero dizer que ele passou na
Comissão de Justiça, com Parecer favorável; isso já é matéria vencida.
Por
fim, eu queria destacar alguns apoios, que hoje pela manhã nosso gabinete
recebeu, em favor do nosso Projeto: do Vice-Presidente da Assembléia
Legislativa, Dep. José Gomes; Dep. Estadual Luciana Genro; Dep. Estadual Elvino
Bohn Gass; Presidente da CUT/RS, Francisco Jorge Vicente; Telmo Dalton Honôr,
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário; Luiz Felipe Costa
Nogueira, Coordenador do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre; Nilton Souza
Silva, Secretário-Geral do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio; Maria
Madalena Reis Abel, líder comunitária e Conselheira Tutelar da Microrregião 3;
Manoel Rocha, líder comunitário da Região Nordeste; Francisco de Assis
Belardinelli, líder comunitário da Região Belém Novo; Abner Jandir Gomes,
assistente parlamentar da Assembléia Legislativa; Edson Mendes Mello da Rosa,
advogado; Ana Cristina Recacho, nutricionista e líder da categoria; Lisângela
Franciscato Campo, líder estudantil; Heitor Britto Weber, líder estudantil da
Administração da UFRGS; Márcia Losada, membro da Executiva Estadual dos
Estudantes de Pedagogia; Maria Lilia Daleiro, secretária do SINDSEP. Esses
apoios nos chegaram e vamos passar à Secretaria e à Mesa para fins de registro.
Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, apelamos para que este Projeto seja aprovado,
pelo bem da transparência, para atender a essa grande massa de consumidores que
não têm esclarecimento suficiente para acompanhar essa modernidade que, às
vezes, é colocada em escassez nas redes de supermercados - as leitoras óticas
-, para evitar o constrangimento dos consumidores. Este Projeto, antes de mais
nada, revela um momento histórico e um momento conjuntural que estamos vivendo
em nosso País, de democracia, de transparência, de direito à informação. Eu
apelo aos Vereadores que votem a favor deste Projeto visando beneficiar a
grande massa de consumidores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Gilberto Batista está com a
palavra para discutir.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho à
tribuna para discutir matéria de extrema importância para todos nós,
consumidores da Cidade e do País.
Gostaria
de parabenizar o Ver. Antônio Losada pela sua brilhante idéia de fazer um
Projeto que defende o consumidor.
Foi
constatado em alguns supermercados que os preços que estão em código de barra
não são os mesmos registrados no caixa. Acredito que baseado nessa informação é
que o Ver. Antônio Losada teve a iniciativa de trazer para esta Casa o debate
dessa questão, que servirá, sem dúvida alguma, para solucionar problemas que
ocorrem hoje nos supermercados da Capital.
Ver.
Losada, venho à tribuna para dizer não apenas o quanto é bom o seu Projeto, mas
para dizer que essa matéria é regida por lei federal e, tratando-se de matéria
que está amparada em legislação federal, sabemos que todo esse debate de nada
vai adiantar. Mas tratando-se de um tema tão polêmico, toda essa discussão, que
vai culminar na votação do Projeto, acreditamos nós do Partido da Frente
Liberal, é válida e deve ser feita, pois temos que exigir que os grandes
supermercados mudem o sistema e corrijam os problemas que vêm acontecendo. Mas
como o Ver. Jocelin Azambuja bem afirmou, vários projetos de autoria de vários
Vereadores foram discutidos por nós, e eram inconstitucionais, eram de lei
federal, não adiantando levá-los adiante.
Então, Ver. Losada, eu venho a esta tribuna
dizer que, numa análise feita, esta matéria é de lei federal, é de exclusiva
competência da esfera federal, e que muitas e muitas vezes vários projetos
nossos foram aqui derrubados, no sentido do debate, sob a alegação de que eram
inconstitucionais, que não seriam aprovados pelo Prefeito, que seriam vetados,
e que se nós derrubássemos os vetos, as empresas, as instituições que estavam
juntas nos projetos iriam entrar na Justiça para barrar os projetos.
Por
isso é muito interessante a discussão da matéria, mas por envolver uma
legislação federal eu acredito piamente que esse Projeto não vai trazer uma
decisão favorável a esses consumidores. Se fosse de competência municipal,
acredito que a discussão seria outra, outra num sentido mais amplo, mais aberto
e com maior profundidade. Agora, estamos alertando a Cidade, principalmente os
supermercados de Porto Alegre, do erro ocorrido e o que, na realidade, esses
supermercados têm que fazer para modificar isso. Por isso o Ministério da
Justiça deu um prazo aos mercadistas para que solucionem os problemas que estão
acontecendo.
Portanto,
nobres Vereadores, que todos nós tenhamos consciência de que teremos que
esperar essa solução para, aí sim, tentarmos, junto à esfera federal, que seja
mudada esta lei. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está com a
palavra, por cedência de tempo deste Vereador.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Agradeço a cedência de tempo do meu colega de Bancada, Ver. Clovis Ilgenfritz.
Venho
a esta tribuna para sensibilizar com argumentos os Srs. Vereadores que ainda
têm alguma dúvida a respeito da validade do Projeto do Ver. Antônio Losada.
O primeiro argumento fundamental que nos leva a sustentar uma posição favorável à aprovação do Projeto é que não se está, em nenhuma hipótese, Vereadores Pedro Américo Leal e João Dib, querendo revogar a modernização tecnológica representada pela adoção do código de barras, porque ele continuará sendo utilizado. O que legislação proposta pelo Ver. Antônio Losada busca é, exatamente, acrescentar, além do código barras, a clareza, para que o consumidor possa ter, em todo e qualquer produto encontrado dentro do supermercado, o preço que ele irá efetivamente pagar por esse produto. Eu fico realmente impressionado com a resistência que há por parte da Associação Brasileira de Supermercados e pela Associação Gaúcha de Supermercados. Por que não queremos colocar a etiqueta com o preço que indica ao consumidor a realidade do que ele vai pagar no caixa? Nós não estamos retirando nada da evolução tecnológica representada pelo código de barras, não haverá digitação da operadora de caixa dos preços. O que nós queremos é garantir que o consumidor, ao pegar um produto na mão, enxergue o código de barras e, ao lado, o efetivo valor que ele vai pagar pelo produto quando passar pelo caixa, para que ele não fique jogado numa confusão, para que ele não fique inseguro: “Este produto é R$ 2,00 ou é R$ 3,00?” Às vezes, a etiqueta está só na prateleira e o consumidor não consegue entender direito. Muitas vezes o consumidor fica constrangido ao chegar no caixa e não encontrar, quando passa o código na máquina, o preço que estava disposto ou planejando pagar pelo produto.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ilustre Ver. Henrique Fontana, é evidente que nesta Casa todos
buscamos as soluções populares, não poderia deixar de ser de outra forma. Eu
pergunto a V. Exa.: quanto custa o adicionamento dessa etiqueta? Na verdade,
ela é uma garantia. Tenho muitas dúvidas, pela velocidade do caixa em exibir para
a célula fotoelétrica ao passar os produtos. Ontem mesmo eu estava observando
isso num supermercado de um “shopping center”, é muito rápido. Agora, a
etiqueta, quanto vai ser adicionado de custo?
O SR. HENRIQUE FONTANA: Ver. Pedro Américo, eu acho que a sua
pergunta é importante, porque a dúvida de alguns Vereadores se deve a isto: vai
agregar custos à mercadoria? E eu respondo: vai agregar um custo infinitamente
baixo, muito baixo, algo em torno de 0,008%. Eu diria, Ver. Pedro Américo Leal,
e usei este argumento na tribuna, no outro dia quando discutíamos este Projeto,
que este custo é muito, muito pequeno. É efetivamente suportável pelo
consumidor pela vantagem que o consumidor terá em poder pesquisar mais
adequadamente os preços dos produtos, porque alguns consumidores hoje, que se
atrapalham com o sistema do código de barras e não conseguem pesquisar com
aquela profundidade que gostariam, diferentes preços de diferentes mercadorias,
ficam muitas vezes arriscando a compra quase no escuro.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu tenho as seguintes dúvidas: o movimento é muito rápido, a
exibição do produto pelo caixa à célula fotoelétrica é muito rápida, num rancho
relativamente grande. Eu acho que o cliente não pode acompanhar no painel isso.
Será que ele pode acompanhar na etiqueta que está pregada no produto?
O SR. HENRIQUE FONTANA: Excelente, Vereador! Aí, eu lhe coloco:
se a etiqueta estiver grudada no produto, o cliente vai fazer este
acompanhamento quando estiver no corredor do supermercado, quando estiver na
frente da prateleira que vende um determinado produto e pegar dois, três ou quatro produtos
semelhantes para comparar qual o melhor preço. Aí, ele terá tempo bastante para
raciocinar enquanto está escolhendo os produtos da prateleira e enquanto vai
compondo o seu rancho total e fazendo o seu cálculo de quanto pode pagar pelo
seu rancho. Evidentemente que quando ele chega no caixa o processo é rápido e
não é possível conferir.
A
preocupação do Projeto do Ver. Antônio Losada é, exatamente, marcar o preço no
produto para que o cliente possa, tranqüilamente, dentro do corredor do
supermercado, durante a sua hora de compras, ficar avaliando o produto,
escolhendo a melhor alternativa. Que ele possa não só encontrar um código de
barras, simplesmente, no produto, mas, ao lado do código de barras, uma
etiqueta com o preço marcado para que ele possa comparar com outro produto e,
depois de colocar no carrinho, ter a tranqüilidade de que ele escolheu o
produto que mais lhe convinha em termos de qualidade e preço. Este é o objetivo
central do Projeto.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu parto do pressuposto de que em toda prateleira tem o preço do
produto. Acho que isso sim tem que ser exigido, que em toda prateleira tenha o
preço do produto. Agora, o preço pode oscilar da prateleira para o código de
barras. Aí é que está o perigo.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Exatamente, e aí teremos a
responsabilidade do comercializador do produto, de que o preço que está marcado
em cada produto tem que ser efetivamente o preço representado pelo seu registro
eletrônico no código de barras. E tem outro argumento: o custo é 0,008% sobre o
total do custo da mercadoria vendida. Insisto que é um custo infinitamente
pequeno comparado com o benefício que isso traz.
O SR. PRESIDENTE: O tempo de V. Exa. está esgotado.
Inscreve-se o Ver. Décio Schauren que cede o tempo a V. Exa., que continua com
a palavra.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Agradeço ao Ver. Décio Schauren pela
cedência do tempo e concedo o aparte a S. Exa.
O Sr. Décio Schauren: Ver. Henrique Fontana, a informação que
temos é de que uma etiqueta que tivesse, além do código de barras, o preço por
quilo, o peso e mais o valor daquela mercadoria, custaria oito centésimos de
real. Quer dizer: um preço infinitamente pequeno para o benefício que ele vai
trazer para a população. Entendemos que a tecnologia não deve apenas favorecer
ao empresário, mas deve favorecer, da mesma forma, ao consumidor. Isso é
fundamental no Projeto que o Ver. Antônio Losada apresenta.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Reforço o argumento de V. Exa., pedindo
aos Srs. Vereadores que avaliem esse exemplo de etiqueta de barra que foi
fornecido pela assessoria do Ver. Antônio Losada, e que mostra a potencialidade
que a tecnologia pode oferecer para qualificar e facilitar a escolha do
consumidor. Aqui nós temos o valor total da mercadoria, o código de barras, o
valor dela por peso, e o peso da própria mercadoria. Eu dizia, em outro debate
que fizemos sobre esse Projeto, que devemos avançar, inclusive, para além de
colocar o preço ao lado do código de barras, poder permitir ao consumidor
comparar diferentes pesos de um mesmo produto, porque às vezes sabemos que são
utilizadas determinadas embalagens para confundir o consumidor: quando um
produto sobe de preço às vezes o fabricante diminui o tamanho da embalagem para
tentar passar uma falsa impressão ao consumidor de que aquele preço não
aumentou.
A
relação do preço por unidade de peso é o avanço que nós devemos buscar. Ver.
João Dib, que está inquieto na sua cadeira, não devemos fazer em nenhuma
hipótese um cálculo, do meu ponto de vista, de que este valor - infinitamente
pequeno - será um valor gasto na geração de empregos para facilitar o ato de
compra por parte de consumidores que têm mais dificuldades de fazerem a leitura
na prateleira ou em outro lugar qualquer que esteja marcado o produto. Nós
temos, aqui, um argumento a mais a favor do Projeto que este pouco acréscimo do
preço é destinado, em parte, a gerar empregos. Eu já disse em outra discussão
que fiz, que tenho estranhado a posição de alguns supermercados de terem
cortado a possibilidade do empacotador nos supermercados. Num País como o
Brasil acho que este é um argumento errado.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Vereador, eu aprecio o esforço extraordinário que V. Exa. faz
para provar algo que não pode ser provado.
Veja
V. Exa. que o custo da etiqueta é desprezível, mas colocada a etiqueta não
acontecerá essa coisa toda que V. Exa. afirma do peso, do preço unitário. Mas é
bom que se chame atenção que encarecerá, no mínimo, 2% os produtos nos
supermercados e nós temos uma inflação de 5% ao ano.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Ver. João Dib, impressiona-me que V. Exa.
diz que estou fazendo um grande esforço para provar algo que eu não tenho total
conhecimento para provar. Agora, V. Exa. larga o argumento que para etiquetar
um preço nós poderemos gerar um custo que sobe 5% o valor do preço da
mercadoria. Mas, Vereador, da onde V. Exa. tirou esse argumento? É improvável e
impossível que custe 2%, Ver. Gilberto Batista, para colocarmos uma etiqueta
colante no produto. Num produto que custa, por exemplo, R$ 2,00 iria custar R$
0,04 para se colocar uma etiqueta. Não, Ver. João Dib. Ouço argumentos absurdos
contrários ao Projeto dizendo que, o fato de se colocar uma etiqueta colante no
produto geraria a volta da cultura inflacionária. Mas que argumento é este?
O
que eu percebo, e é preciso colocar com clareza nesta tribuna, é uma forte
resistência da Associação Brasileira de Supermercados, que não consigo entender
porquê. Tanto que esse ”lobby” se instalou sobre o Ministério da Justiça, que
procura cortar uma aprovação que já tinha sido feita, Ver. Antônio Losada, hoje
nós deveríamos já estar vivendo sob a égide que propõe o seu Projeto. Só que
houve um forte “lobby” da Associação Brasileira de Supermercados e o Governo
Federal recuou. Eu não entendo por que recuou, por que não entram os argumentos
de o porquê ser contra a esse avanço para o consumidor. Isso eu não ouço, ouço
dizer que é difícil, que temos que encontrar máquinas de novo, que não estamos
usando. Mas, se isso vai trazer claros ao consumidor, porque não encontrar as
máquinas e porque não colocar os preços? Eu estou realmente impressionado com a
dificuldade colocada por aqueles que são contrários ao Projeto, porque o Ver.
Pedro Américo, colocava um argumento importante.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Henrique Fontana, o Ver. Adeli Sell
inscreve-se e cede seu tempo a V. Exa., com a concordância dos Vereadores
Renato Guimarães, João Motta e Clênia Maranhão.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Obrigado Presidente. Entendo que está
sendo muito bom este debate, porque nós estamos indo ao argumento das questões
para votar imediatamente o Projeto.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Exa. está percebendo pelo número de inscrições que já obteve na
tribuna, da importância do Projeto e das condições razoáveis que os Vereadores
têm em decidir. Nós vamos decidir alguma coisa aqui, isto vai ser lei. Pergunto
a V. Exa. estes códigos de barras já não vem das fábricas?
O SR. HENRIQUE FONTANA: Vem Ver. Pedro Américo Leal. O produto
vem marcado com o código de barras, e o que propõe o Projeto do Ver. Antônio
Losada é que ao lado desse barramento desse código de barras seja colocado uma
simples etiqueta, de custo muito baixo, com o preço do produto. O consumidor em
vez de pegar da prateleira e ter que se confundir, às vezes, com as etiquetas -
se estão marcadas, se o produto que pegou a etiqueta é de cima ou de baixo, e
fiquem confuso -, ele vai ter no produto o preço da mercadoria que ele está
comprando. Aliás, toda vida, até que surgisse a questão do código de barras, ao
longo de toda a história do comércio supermercadista, sempre se teve a etiqueta
com o produto marcado na peça que o consumidor está comprando. Eu não consigo
entender, Ver. Pedro Américo Leal, qual o prejuízo de ter essa etiqueta
marcando o produto individualmente, só tem vantagens, no meu ponto de vista.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa.. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ouvindo os supermercados, porque nós ouvimos muita
coisa, eu ouço um lado e o outro também, decido como eu quiser. Agora, os
argumentos colocados por eles são de que investiram quase que um bilhão de
reais no código de barras e que esta etiqueta se torna completamente
desnecessária. Acho muito difícil, ontem verifiquei num supermercado do
Shopping Center Iguatemi, onde fiz o rancho, eu não conseguia seguir os preços
que eram manipulados pela caixa, que era uma pessoa neutra. Se eu tiver a
etiqueta no produto, como é que eu vou poder seguir o produto que está
estampado no visor e o preço do código de barras?
O SR. HENRIQUE FONTANA: Insisto em duas coisas a respeito de sua
argumentação. Primeiro, o investimento feito pelos supermercados que, segundo
V. Exa.. coloca, é perto de um bilhão de reais, é um investimento muito bem
feito e que terá pleno uso porque nenhuma das máquinas e equipamentos comprados
pelos supermercados serão desativados. Ao contrário, todo o processo de
utilização do código de barras de passar no caixa com o código, tudo continuará
absolutamente preservado, como funciona hoje. O que quer o Projeto do Ver.
Antônio Losada é só um detalhe a mais, é que ao lado do código de barras seja
posta uma etiqueta com o preço do produto que o consumidor vai pegar na mão.
Como eu dizia a V. Exa., ele não vai fazer as conferências na boca do caixa,
vai poder avaliar os produtos enquanto está nos corredores, circulando dentro
dos supermercados. Esta é uma dificuldade dos consumidores, eles pegam o
produto e não tem o preço imediatamente grudado neste para compará-lo com
outro. O de 300g custa tanto e o de 400g custa tanto, vale mais a pena para mim
comprar este. O consumidor precisa fazer diversos cálculos para a sua compra e
o preço marcado no produto facilita, indiscutivelmente, o consumidor a um preço
muito baixo para o benefício que ele traz.
O Sr. Pedro Américo Leal: Para terminar: V. Exa. há de admitir que
essa ainda é uma matéria bastante controvertida,
O Sr. Décio Schauren: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) A mesma tecnologia na qual os empresários investiram deve servir
também ao consumidor. É isso o que nós queremos. Com relação ao custo que teria
a proposta que o Ver. Antônio Losada apresentou, na verdade, seria, não oito
centésimos, mas oito milésimos, bem menor do que o que dizia o Ver. João Dib.
No
sábado passado, fui a um supermercado; estava em promoção um determinado vinho.
Depois, no setor de vinhos vi que havia mais garrafas do vinho que estava em
promoção na outra prateleira. Resolvi levar uma daquelas garrafas. Na hora de
passar pelo caixa, o vinho que eu havia pego no setor de vinhos, e não na
prateleira da promoção, mas que era o mesmo vinho, estava custando mais. O
código de barras não me dizia nada. Como eu estava atento, eu pude constatar a
diferença. Para mudar o preço foi preciso chamar o gerente. Foi uma confusão,
uma dificuldade, e isso é o que constrange o consumidor.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Excelente o exemplo que o Ver. Décio
Schauren traz: a mesma marca de vinho ele retirou de dois lugares diferentes de
um mesmo o supermercado e, quando chegou no caixa, o registro de sistema de
barras estava marcando um preço para uma garrafa e outro preço para outra
garrafa. Isso dá um indicativo claro de que nós vamos obter vantagens
importantes adotando o Projeto do Ver. Antônio Losada. Eu insisto: a tecnologia
disponível deve ser toda utilizada, continuará a ser utilizada, e nós vamos ter
mais uma vantagem para o consumidor, que é, além do barramento, uma etiqueta
colante.
Eu
diria ao Ver. Pedro Américo Leal, que dizia da sua preocupação sobre a
complexidade da matéria, que eu venho lendo e debatendo esse assunto há várias
semanas, já que nós nos temos confrontado com essa discussão em nível nacional,
e não ouvi nenhum argumento, daqueles que são contrários à colocação dos
preços, que se sustentem num argumento claro de prejuízo para o consumidor,
colocando a etiqueta colante com o preço dos produtos.
O SR. PRESIDENTE: Há um requerimento de adiamento da
votação deste Projeto. Mas V. Exa. está com a palavra ainda, se quiser, porque
o Ver. Pedro Ruas se inscreve e cede o tempo a V. Exa.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Agradeço. Mas não vou usar o tempo
cedido pelo Ver. Pedro Ruas, até para ouvir outros argumentos e verificar o
andamento da discussão no Plenário. Agradeço ao Ver. Pedro Ruas. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa há um requerimento de
autoria do Ver. Gilberto Batista, que pede o adiamento da discussão dessa
matéria por duas Sessões.
Há pedidos para encaminhar, de parte dos seguintes Vereadores: Renato Guimarães, João Motta, Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa e Pedro Ruas. Estas inscrições estão garantidas para hoje ou para outro dia. Mas vamos resolver se vai haver o adiamento ou não.
Em
votação o Requerimento. O Ver. Gilberto Batista está com a palavra para
encaminhar, como autor.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho
a esta tribuna, rapidamente, como autor, para dizer que sinto, ainda, que
alguns Vereadores estão meio divididos perante o Projeto. Este é um tema muito
polêmico, como disse o Ver. Pedro Américo Leal, que teve a sensibilidade de
pedir à Presidência da Casa o adiamento desse Projeto polêmico. É um Projeto de
iniciativa brilhante do Ver. Antônio Losada, mas carece de uma avaliação dos
demais Vereadores presentes. Sinto que ainda não achamos o ponto de equilíbrio
do Projeto, por isso venho defender esse pedido de adiamento, que é de vital
importância para a maturidade desta Casa, que tem um papel importante para a
população de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra
para encaminhar.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
queremos encaminhar firmemente, contrariamente ao adiamento da votação da
matéria. Talvez alguns Vereadores - ou alguém - desejem que o Projeto faça
aniversário de um ano, pois ele foi protocolado em 04 de agosto de 1997.
Temos
também a tradição da celeridade, da análise dos processos nas Comissões, e o
Projeto vem com Parecer da Procuradoria, vem com Emenda do próprio Ver. Antônio
Losada e vem com Parecer da Comissão de Constituição e Justiça, pela aprovação.
Portanto,
Srs. Vereadores, é fundamental que possamos analisar e votar a matéria, porque
estamos a duas Sessões do recesso parlamentar. Uma série de Vereadores já
ocupou a tribuna em discussão, e hoje outros Vereadores também estiveram na
tribuna, discutindo um tema que é pauta, que está nos jornais do País, porque
é, inclusive, importante medida, em nível nacional, do ponto de vista do
Direito Econômico e, especialmente, para o cumprimento do Código de Defesa do Consumidor.
Quero
dizer a V. Exas. que o Projeto do Ver. Antônio Losada tem o mérito de resgatar
nesta Casa um debate que é da sua tradição, no que tange à proteção dos
direitos do consumidor. Esta, que é uma Casa que tem uma Comissão de Defesa do
Consumidor, que trabalha permanente com essa matéria.
E
não existe qualquer inviabilização técnica para a proposição do Ver. Antônio
Losada. Ao contrário: as novas tecnologias que estão estabelecidas nos nossos
dias possibilitam que a melhor forma de controle de leitura ótica possa
conviver com o melhor controle que os olhos humanos podem fazer, que é a
possibilidade concreta de termos no mesmo produto o preço, o valor do produto e
o código de barras.
Portanto, Srs. Vereadores, a proposta de
emendas que os Vereadores Hélio Corbellini e Carlos Garcia fizeram - faço
questão de dizer - não contemplam o que a sociedade está discutindo. Desfazem o
Projeto inteiro. Mas nós achamos que elas foram produzidas e têm o direito de
serem votadas, assim como o Projeto do Ver. Antônio Losada tem o direito de ser
votado.
E
quero destacar, Srs. Vereadores, que me causa estranheza, à nossa Bancada e,
tenho certeza, a vários outros Vereadores, que sem um acordo do autor da
matéria peça-se o adiamento de votação do Projeto. Isso não condiz com o melhor
tratamento que temos entre os Parlamentares desta Casa. O Ver. Antônio Losada
tem um Projeto protocolado desde o dia 04 de agosto de 1997; estamos no final
de junho, às vésperas do recesso parlamentar do mês de julho. A matéria tramitou
pelas Comissões, tem parecer da Procuradoria, a matéria é legal. A matéria tem
discussão com a sociedade, tem o apelo da sociedade. Por inúmeros programas de
televisão e rádio nós observamos o desejo da comunidade, não que o código de
barras seja banido. Não, não é esse o desejo da comunidade, mas a comunidade
quer a tecnologia a serviço do que é a transparência.
Se
nós lutamos, Srs. Vereadores, para que nos medicamentos existisse concretamente
a fórmula ao acesso do cliente, e precisamos que isso seja cumprido porque os
pacientes não têm tido assegurada a questão dos genéricos - e essa é uma
questão importante -, vamos adiar a votação de uma matéria absolutamente
consensual quanto ao mérito? Como poderá haver alguém contrário ao mérito, uma
vez que não traz qualquer prejuízo a quem quer que seja e somente traz
benefícios aos consumidores?
Portanto,
causa estranheza que, neste momento da votação de um Projeto consensual, até o
momento em que viria a ser votado, nós tenhamos estabelecido uma celeuma no
Plenário.
Srs.
Vereadores, o autor da matéria quer votar o Projeto. Não existe acordo quanto
ao adiamento. Vamos preservar o que existe de melhor nas nossas tradições. Um
Vereador tem o direito de ver o seu Projeto votado e a Casa deve votá-lo. Ele
está com o art. 81 para ser votado e tem acordo da Mesa Diretora e das
Lideranças para que ele seja votado agora. Portanto, requeremos aos Senhores
que votemos a matéria, que não nos escondamos da matéria, que explicitemos as
nossas posições e que fiquemos ao lado da aplicação do Código de Defesa do
Consumidor e da tradição desta Casa e que, quando o autor não concorda, não
adiemos. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar, com muita satisfação,
a presença no nosso Plenário do Coordenador do Gabinete de Planejamento da
Secretaria Municipal da Fazenda, Sr. Ubiratan de Souza, assim como a do
Secretário Extraordinário para Captação de Recursos e Cooperação Internacional,
Sr. José Henrique Paim Fernandes. Esteve até há poucos minutos o Diretor da
PROCEMPA, Sr. Rogério Santanna dos Santos. É importante a presença de membros
do Executivo neste Plenário.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
gostaríamos de não entrar no mérito do Projeto propriamente dito, mas fazer
algumas considerações importantes, de natureza formal, para um bom
encaminhamento e instrução da matéria.
É
necessário dizer que a Vera. Maria do Rosário veio aqui e fez o arrazoado que
fere aquilo que está nos autos. Eu apenas quero corrigir. Vereadora: o Parecer
da Procuradoria é pela inconstitucionalidade do Projeto. É só para dizer isso.
O Parecer diz o seguinte: (Lê.)
“O
Município tem competência para, no exercício de seu poder de polícia, regulamentar
a operacionalidade dos estabelecimentos, no que se relaciona à segurança do
público, higiene da exposição dos produtos, dias e horários de abertura e
fechamento dos supermercados. Todavia, os preceitos contidos no Projeto buscam
regulamentar as relações de consumo, espraiando-se para além da competência
legislativa municipal, tendo em vista que nos termos do art. 24, inciso V da
Constituição Federal, compete à União e aos Estados legislar concorrentemente
sobre a matéria”.
Vereadora, é só ler o Parecer de 21 de agosto
de 1997.
(Aparte
anti-regimental da Vera. Maria do Rosário.)
Vereadora, não cabe aparte. V. Exa. não foi
de acordo com a verdade dos autos e tem que, até em Questão de Ordem,
escusar-se por induzir os seus colegas a erro, fundamentando-se em Parecer da
Procuradoria, para dizer que o Parecer conforta o Projeto. Não! O Parecer da
Procuradoria da Câmara Municipal de Porto Alegre diz que o Projeto é
inconstitucional. Eu só quero que se diga a verdade.
Estranhamente,
eu não entendo esse Projeto, e a Vereadora diz que está desde agosto, mas só
passou por uma Comissão, a Comissão de Constituição e Justiça, e, aliás, eu
estranho o Parecer da matéria porque, curiosamente, o Relator da matéria
fundamenta-se totalmente no Parecer da Procuradoria, só que, nas suas
conclusões, ele vai ao contrário, diz que é pela aprovação; mas pela aprovação
é contrário totalmente ao seu raciocínio. Ora, eu não entendo mais o
desenvolvimento do raciocínio dos Vereadores da própria Comissão de Justiça e
estranho que eles tenham-se encaminhado por essa linha.
Agora,
há mais uma questão que quero colocar - e isso não quer dizer que não possamos
aprovar o Projeto. Eu acho que, sem debater o Projeto, é uma matéria altamente
controvertida; o País todo debate esse assunto da questão de código de barras,
da etiqueta, dos preços nos produtos. Agora, convenhamos, não ouvir nenhum
segmento interessado nesta matéria, seria um comportamento autoritário desta
Casa. Votar uma matéria sem ouvir as partes? O que fazem as Comissões
Permanentes que analisam o mérito? A Comissão de Defesa do Consumidor foi
ouvida neste processo. Ela disse que a matéria tem mérito? Chamou as
associações de consumidores, o sindicato de trabalhadores, a AGAS, a ABRAS para
falar? Nós que pregamos tanto ouvir a sociedade, as organizações
não-governamentais! A Federação das Mulheres Gaúchas foi ouvida sobre este
Projeto? As demais comissões da Casa, a Comissão de Finanças e Orçamento falou
do Projeto? Para que servem as Comissões Permanentes da Casa?
Eu
não entendo mais! Não adianta dizer que estamos funcionando de forma muito
bonita, quando tem um Projeto de uma repercussão como este e as comissões não
foram ouvidas. E o Vereador, autor deste Projeto, faz com que ele chegue à
Ordem do Dia, através do art. 81, que deve ser usado em situações excepcionais.
Este é um assunto que deve ser amplamente debatido. Acho que se ele for
rejeitado, não é bom; assim como se ele for aprovado sem ser debatido, também
não é bom. O Projeto tem que ser amadurecido e não o foi no processo de
tramitação na Casa.
Por
isso, o mínimo de bom senso recomenda que não seja para adiar, mas para retirar
o art. 81 para que pudéssemos ouvir as pessoas que estão no Plenário e que têm
posição formada sobre o processo e que perguntam: “Você sabe ler isso?” Como
também ouvir a AGAS, por que não? Ela tem posição contrária? Vamos ver a
Associação das Donas-de-Casa. Elas têm posição contrária?
Esta
Casa tem que debater mais os assuntos que vêm à discussão no Plenário. Por isso
que, neste momento, somos favoráveis, sem entrar no mérito do adiamento da
matéria. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicitamos aos ilustres Vereadores que
se detenham ao encaminhamento da matéria. O mérito é o que está sendo proposto.
Discute-se o mérito hoje ou continua-se a discutir outro dia. Nós ficamos numa
posição constrangedora em não querer cortar o tempo do Vereador que está na
tribuna.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Este Vereador foi citado
em seu próprio Parecer, onde foram colocadas coisas que eu não disse. Consulto
à Mesa ...
O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h 25min.)
O SR. PRESIDENTE (às 17h26min) Estão reabertos os trabalhos.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Um parecer se divide em
duas partes: a parte do relatório e, depois, o juízo de mérito. Eu fiz um
relatório de acordo com o que constava nos autos, inclusive coloquei a posição
da Procuradoria da Casa, depois emiti o juízo de mérito. O Ver. Isaac Ainhorn,
assim como o orador de uma outra Sessão equivocaram-se. Muito obrigado.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): O Requerimento do Ver. Gilberto Batista
foi encaminhado pelo próprio autor, solicito que seja encaminhado em nome do
PFL.
O SR. PRESIDENTE: Responderemos a Questão de Ordem do Ver.
Juarez Pinheiro, consultando à Diretoria Legislativa, porém, em princípio,
entendemos que não pode haver uso de argumentos que não estejam absolutamente
claros.
O
Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta
Casa tem que ter cuidado para não errar. É preferível, Ver. Antônio Losada - e
V. Exa. tem o mérito da discussão desse assunto -, que seja adiada a discussão
desse Projeto, para que não seja cometido um erro, um equívoco, por falta de
informação ou pouco amadurecimento que essa matéria teve aqui neste Plenário,
porque as nossas últimas reuniões têm sido pouco produtivas no aspecto de Ordem
do Dia, quando, no final das Sessões, não temos conseguido avançar nas
discussões do mérito das matérias. Encaminho favoravelmente ao adiamento dessa
matéria.
O
Ver. Isaac Ainhorn foi extremamente feliz quando encaminhava a matéria, porque
a discussão dela não está amadurecida, e o pior é que parece não ter passado na
Comissão mais importante para que pudesse ser discutida, que é a Comissão de
Defesa do Consumidor, comissão técnica e específica para esse caso, sendo
presidida pelo Ver. Hélio Corbellini. Certamente essa Comissão faria um grande
debate com entidades envolvidas, com consumidores e supermercadistas, em
audiência pública, para que essa matéria pudesse chegar aqui, neste Plenário,
extremamente discutida e aprofundada, para que os Vereadores pudessem ter uma
posição mais definitiva. E isso não ocorreu, havendo um Parecer da Comissão de
Constituição e Justiça, passando pela Comissão da qual faço parte, que discute
a legalidade. Não entrando na discussão do mérito - é legal ou não é legal -
ela transfere para as outras comissões a discussão do mérito.
Então,
em abril de 1998, quando a Comissão de Constituição e Justiça votava o Parecer
do nobre Ver. Juarez Pinheiro, nós transferimos para as comissões subseqüentes,
para que ali fosse discutido o mérito. Em uma utilização do Ver. Antônio
Losada, legítima, regimental, do art. 81, ele trouxe para cá, sem haver essa
grande discussão. Então, Ver. Antônio Losada, veja que até pela complexidade,
pela importância da matéria, aqui no Plenário, quando ela estava na Ordem do
Dia para ser votada, começaram a surgir emendas que mudavam totalmente o teor
da matéria. Para que esta Casa não cometa um erro, aprovando ou rejeitando -
eu, particularmente, votaria contrariamente ao Projeto - a prudência nos diz
que é melhor que se adie - o ideal é que se retirasse para que se pudesse
aprofundar essa discussão.
Não
vou entrar no mérito, mas entendo que é salutar o Requerimento do Ver. Gilberto
Batista para que pudéssemos ganhar tempo, mais alguns dias, no mínimo, para que
possamos entender um pouco mais o que essas emendas estão nos dizendo, o que
essas emendas estão querendo, porque sobre o Projeto, particularmente, este
Vereador tem suas dúvidas. Entendo que uma matéria com uma complexidade como
essa deveria, obrigatoriamente, passar um pouco mais nas comissões técnicas da Casa.
Se
o Ver. Antônio Losada entrou com um Projeto, protocolou o Projeto em 1997, ele,
na verdade, começou a tramitar na Casa em abril de 1998. Até então, depois do
Ver. Antônio Losada ter protocolado, ele deve ter amadurecido internamente, mas
sem encaminhar o Projeto para a Casa. Nós, os 32 outros Vereadores, só tivemos
contato com esse Projeto já no mês de maio. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni requer licença
para tratamento de saúde na data de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado o Requerimento de licença da Vera. Anamaria Negroni, e dada posse
ao Suplente, conforme consta da Ata.)
O
Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Srs. Vereadores,
encaminho favoravelmente ao adiamento da discussão, e o faço com a
tranqüilidade de quem gosta das coisas com clareza, precisão e concisão. A
senhora Líder do PT disse da tribuna que a Procuradoria tinha dado Parecer.
Efetivamente deu, dizendo que faltava competência ao Legislativo Municipal para
legislar sobre o assunto. Disse, também, que as Comissões falaram. Apenas a
Comissão de Justiça falou. Então, não foram as Comissões.
Agora,
eu analiso o processo da seguinte forma: entrou no dia 04 de agosto, do ano
passado, e aí, um elogio à competente Procuradoria da Câmara Municipal que, no
dia 21 de agosto, já dava o seu Parecer, mostrando a falta de competência legal
para legislar sobre o assunto. E talvez aí, o nobre Ver. Antônio Losada,
inteligente, sério, sensível, tenha parado um pouco. E, no ano passado, não se
fez mais nada sobre o problema.
No
dia 31 de março, a Comissão de Constituição e Justiça deu o seu Parecer
favorável. Note-se que um dos melhores pareceristas da Comissão de Justiça, o
Ver. Juarez Pinheiro, foi sintético e falou sobre o mérito. Mas tudo isso, para
mim, é secundário. Nós temos que ter a sensibilidade de analisar o que
acontece. Não foi só este Vereador que recebeu este documento que eu tenho em
mãos, tenho convicção de que todos o receberam. O Ministério da Justiça está
atrapalhado quando pretendeu obrigar a utilização das etiquetas da
precificação, como dizem alguns nobres Vereadores, o Ministério entendeu que a
coisa não funcionava bem.
E
o Ministério da Justiça, do alto da sua força, do alto da sua competência
constitucional, pede prazo. Pede 50 dias e diz que uma Comissão Especial,
formada pelo Ministério Público Federal, PROCON Estadual, Associação Brasileira
de Redes de Supermercados, Fórum de Entidades Civis de Defesa do Consumidor,
DCR Brasil, mais dois representantes da Secretaria de Direito Econômico do
Ministério da Justiça, tem o prazo de 50 dias para constituir no âmbito do
Ministério de Justiça, Comissão Especial, destinada a proceder estudos e propor
formas de aprimoramento dos critérios e padrões para visualização dos preços e
produtos expostos.
Ora,
se o Ver. Gilberto Batista está pedindo duas Sessões, eu pediria, se me
permitido fosse, que nós levássemos a coincidência de prazos com que propõe o
Ministério da Justiça, que está dentro da legalidade , está dentro da
Constituição, dentro da legalidade e está sendo sério, conciso, preciso e
dizendo que precisa de tempo. Não há de ser esta Casa cuja Procuradoria disse
claramente que lhe falta competência, que vai legislar acima do Ministério da
Justiça, acima da Constituição Federal.
Por
isso acho oportuno o Requerimento do Ver. Gilberto Batista para que se adie por
duas Sessões. Gostaria que o adiamento coincidisse com os prazos do Ministério
da Justiça. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a
palavra para encaminhar.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome
do PSB encaminhamos favoravelmente o
Requerimento que pede adiamento por duas Sessões, porque tão logo foi pedido o
art. 81, a nossa Bancada preocupou-se em fazer uma emenda que não foi aceita
pelo proponente do Projeto de Lei. Verificamos que as questões não estão
claras, porque a discussão não foi feita - como aqui já foi dito por alguns Vereadores
- no curso que deveria ser feita. Um Projeto de Lei que visa a proteger o
direito do consumidor - e esta é a frase do nobre Ver. Juarez Pinheiro -, a
iniciativa que visa a aumentar a proteção dos direitos do consumidor não foi à
Comissão de Defesa do Consumidor, porque se lá fosse, certamente, a Comissão
iria propor uma audiência pública com todos os segmentos, porque é um projeto
de alta sensibilidade popular, mas pode, diante das dúvidas que aqui foram
levantadas, ter uma vitória de Pirro.
No
Governo Olívio Dutra, quando estávamos na Secretaria Municipal de Indústria e
Comércio, levantávamos a questão: devemos interferir na formação de preço no
início do processo ou no final? Sempre que se mexe as regras no final do
processo de comercialização esse custo vai sempre para o consumidor, quando se
mexe no início do processo, ele já está embutido no custo industrial. Nós
estamos em uma economia estabilizada, então, é possível em uma economia
organizada estabelecer esse controle, esses dados e informações na ponta
inicial do processo - vide produtos farmacêuticos que já vêm gravado dos
laboratórios os preços dos remédios, poderia ser feito assim, e é o correto.
Há
muita dúvida. O debate não foi feito como deveria ser feito. Deveria ter ido à
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos e não foi. Para
fiscalização não serve, já está provado no debate. Então, temos que achar uma
forma de regular essa matéria e a única forma de regularmos adequadamente é
ampliarmos essas discussão, não só no âmbito da Câmara, entre os Vereadores,
mas também no âmbito da sociedade. No limite estamos acompanhando o PSB,
Vereador Líder do PSB, Carlos Garcia, e nós estamos concordando com esse
adiamento. Agora, no limite, achávamos que o correto seria assim: nós fazermos
uma audiência pública sobre esse processo. É claro que não temos tempo nesse
semestre, mas fica aí o tema à reflexão a V. Exas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que assuma
a presidência dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há
cerca de dez dias tive a oportunidade de me manifestar sobre este Projeto. Foi
ao apagar das luzes de uma Sessão em que teimávamos em aqui permanecer, mesmo
diante da evidência da iminente falta de quórum naquele momento. Nós queríamos
votar, naquela ocasião, o Projeto do Ver. Antônio Losada que, em nosso
entendimento, era uma forma de homenagear o trabalho de um homem coerente que
tem, nesta Casa, reafirmado uma conduta retilínea dentro de conceitos próprios
e dentro de posições que, declaradamente, não são as minhas, mas que são
dignamente assumidas. O autor deste Projeto merece todas as nossas homenagens.
Acredito
que, pelo caminho torto, vamos poder fazer uma nova homenagem ao Ver. Antônio
Losada, porque observo que a partir daquele momento em que eu fui o único a
discutir essa matéria, por um erro de interpretação de nosso Regimento fiquei
alijado da discussão, porque foi considerada como cumprida a minha parcela no
processo de discussão e não me foram dadas mais condições de discutir a
matéria. Agora que se encaminha Requerimento de adiamento do Projeto, que foi
requerido pelo Ver. Gilberto Batista, temos nós o ensejo de voltar a falar do
assunto, e voltamos a falar diante de uma nova realidade. Daquele momento até
esta data uma série de fatos se sucederam, dentre os quais surgiram, no
Projeto, várias emendas que certamente alteram o quadro. E há um discurso que
aqui é proferido acerca deste Projeto - cobrando presença, na discussão do
mesmo, de segmentos da comunidade diretamente envolvidos com ele - que me
impressionam. Honestamente, me impressionam, porque todos nós aqui sempre
proclamamos que esta Casa se abra à discussão com a comunidade antes de se
amadurecer as decisões que venhamos a tomar sobre os mais diferentes assuntos.
É evidente que foi trazido à colação um argumento que seria ponderável, e eu
mesmo me impressionei quando vi o Projeto do Ver. Antônio Losada ter iniciado
em agosto de 1997 e, agora, em junho de 1998, não tenha sequer merecido uma
definição da Casa. Fui esclarecido, em tempo, que este Projeto esteve
adormecido durante um largo período, e um Vereador como eu, que tem projeto
tramitando na Casa por dois anos e que teima em não pedir o art. 81, fico
bastante à vontade para dizer que é recomendável em algumas situações que não
se comprometam, em algumas iniciativas, com a desinteligência momentânea do
Plenário. Eu vejo, hoje, que há um certo antagonismo nas posições que
prejudicariam, no meu entender, a votação do Projeto no dia de hoje.
Acho
que este Projeto, com as Emendas propostas pelo Partido Socialista Brasileiro,
através do Ver. Hélio Corbellini, tem boas condições de ser aprovado e de
merecer o nosso voto favorável. E não obstante, Sr. Presidente, diante da
reclamação geral da Casa e dentro da postulação geral da Casa, externadas pelos
sucessivos pronunciamentos que tivemos na tribuna, no sentido de que há
necessidade de um amadurecimento maior, acho que, nessas condições, o
Requerimento do Ver. Gilberto Batista ganha projeção. Eu me inclino,
tranqüilamente, a chancelá-lo, acompanhando, no que diz respeito à votação,
ainda que não tenha, no mérito, feito ou alterar por inteiro, a posição que
tinha com relação ao Projeto, já aqui colocado. Em que pese eu confessar
lisamente - e eu sou um homem que recebo no meu gabinete às claras, com a maior
transparência, os mais diferentes segmentos da sociedade -, desde o momento em
que foi transformado em público o meu pronunciamento nesta Casa, eu tenho
recebido inúmeras ponderações altamente concretas acerca do Projeto em si, do
Projeto original.
Concluo,
dizendo, Sr. Presidente, que não quero sequer me arriscar a voltar a discutir o
Projeto, porque não é isso que se coloca nesta hora. Nesta hora se discute a
oportunidade de votar neste clima o Projeto deste destacado Vereador, deste
respeitável Vereador que é o Ver. Antônio Losada, ou votarmos numa outra
oportunidade. Eu me inclino pela segunda das hipóteses.
Mas
tudo recomenda que aceitemos o Requerimento do Ver. Gilberto Batista e
decidamos pela votação da matéria em outra ocasião. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência quer lembrar aos Srs.
Vereadores que esta Sessão irá encerrar-se às 18h17min e que há um acordo
firmado entre a Mesa e as Lideranças para que façamos Sessões Extraordinárias.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra. para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ontem perdemos o grande cantor
Leandro e também perdemos para a Noruega, hoje nós ganhamos essa magnífica
homenagem ao Theatro São Pedro e a notícia da rejeição, por parte de 13
desembargadores, pela unanimidade de uma Câmara, do agravo à tentativa da
Prefeitura Municipal de construir a pista de eventos, mais uma derrota jurídica
do Paço da municipalidade. Agora temos, pelo brilhante trabalho do Ver. Isaac
Ainhorn, o desmascaramento das intenções que foram corporificadas no discurso da
Vera. Maria do Rosário. A Procuradoria desta Casa dá ênfase à
inconstitucionalidade deste Projeto; Projeto do melhor valor de mérito, da
lavra de um - na minha opinião - já consagrado Vereador, em tão pouco tempo,
que é o Ver. Antônio Losada, pelo seu trabalho, pela sua postura, pela sua
dignidade, pela sua visão social. Eu gostaria que isso fosse unanimidade nos
parlamentos. O que eu acho que deve ser argüído neste Requerimento do Ver.
Gilberto Batista, depois de quase dois anos de tramitação nesta Casa, de
repente, é: por que foi decretada a urgência para o Projeto? Por que já não se
fez essa discussão no ano passado? Por que não se fez essa discussão durante o
primeiro semestre? Por que trazer ao apagar das luzes deste semestre? Acho
fundamental que já se programe essa discussão para o início do outro semestre,
que não se deixe de discutir um assunto de tamanha importância. Por que não foi
ressaltada a inconstitucionalidade de nós aprovarmos o Projeto?
O
gabinete do Sr. Prefeito, como faz na maioria dos Projetos, devolve, vetando.
Aí, eu pergunto: por que este Projeto que lida com preços, que lida com o
interesse do consumidor, que lida com o interesse do supermercados, não passou
pela Comissão de Defesa do Consumidor? Isso é primário. É um erro crasso, nós
não podemos nunca cometer esse absurdo! Por que, por fim, não se fez uma
audiência pública? O Movimento das Donas de Casa e Consumidoras do Rio Grande
do Sul é formalmente contra o Projeto; a FEDERASUL é formalmente contra o
Projeto; o Movimento das Donas de Casa, a Associação Brasileira de
Supermercados e a Associação Brasileira de Supermercados é formalmente contra o
Projeto, colocando em discussão o porquê disso. Porque o código em barras é
indiscutivelmente também um mecanismo de defesa da sociedade. É um processo
todo de leitura, com investimento pelo supermercados e nós não queremos ter
mais um “over price” em cima dos preços na ponta, para o consumidor. Não há por
que onerar cada vez mais. Se é 0,08% por etiqueta, o somatório de milhões de
produtos vendidos diariamente na Cidade de Porto Alegre acarreta, para o
consumidor, mais esse gravame que, afinal, deve ser debatido por esta Casa.
Somos,
portanto, pela aprovação do Requerimento do Ver. Gilberto Batista que, quanto
mais não seja, é um Requerimento de prudência, de juízo e, principalmente, o
esclarecimento de uma série de mazelas de um processo que foi absolutamente
mal-conduzido. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pelo PTB, encaminha o Ver. Jocelin
Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando
iniciei a discussão nesta tribuna, deste Projeto do Ver. Antônio Losada, dizia
a ele da minha preocupação quanto ao aspecto da constitucionalidade. De fato
acabei não me enganando, porque a nossa Comissão de Justiça é extremamente
ciosa - pelo menos tenho visto isto quanto aos meus projetos de lei ao longo
dos anos - em preservar as questões da constitucionalidade. O Ver. João Motta,
que sempre compõe a Comissão de Justiça, o nobre Ver. Isaac Ainhorn, o Ver.
Elói Guimarães, são Vereadores que compõem a Comissão de Justiça, e já a
compuseram em outras legislaturas, sempre foram muito ciosos em seus pareceres.
Por isso, fiquei preocupado, porque, quando aqui me manifestei, procurei
mostrar aos Colegas Vereadores que a matéria é de competência federal, não é da
nossa competência. Fiz referência ainda ao Projeto sobre o cinto de segurança,
de autoria do Ver. Mário Fraga - que até há pouco esteve em nosso Plenário,
para nossa satisfação - e que não era da nossa competência. Então, agora, neste
momento, é importante que a Comissão de Justiça da Casa, e que o nobre
Presidente, Ver. Elói Guimarães, reflita muito na hora de dar o parecer,
porque, se a Comissão de Justiça deu um parecer contrariando a constitucionalidade,
essa Comissão quebrou os seus princípios. Por quê? Lembro aqui os pareceres nos
projetos autorizativos, quando a Comissão - erradamente, na minha maneira de
ver - tem-se mostrado sempre contrária, alegando inconstitucionalidade, e
apresenta seus pareceres dizendo que não pode votar a favor porque é
inconstitucional.
O
Projeto do Ver. Antônio Losada é positivo - já disse isso pessoalmente a ele -
contribui, mas está eivado do aspecto da inconstitucionalidade, que a Comissão
de Justiça não soube apreciar. Errou a Comissão de Justiça, se é que é este o
princípio que a norteia, quando a questão for de constitucionalidade ou não,
deixando às demais comissões para que elas dêem os pareceres nas áreas
técnicas, ou seja, a Comissão de Defesa do Consumidor, por exemplo, Comissão
competente para analisar a matéria que, até então, não chegou à Comissão. Faço
essa reflexão, porque fui o primeiro orador a chegar nesta tribuna, hoje, para
levantar a questão da constitucionalidade.
Eu
peço a partir de hoje, que os membros da Comissão de Justiça desta Casa
reflitam muito bem ao darem um parecer, e não usem dois pesos e duas medidas
para suas posições, porque, senão, nós poderemos ficar num ponto de
desequilíbrio nas decisões da Comissão de Justiça, e ficará difícil para os
seus membros, de repente, virem a esta tribuna defender posições, como muitas
vezes ouvi me dizerem: “Vereador eu sou a favor do seu Projeto, eu gosto do seu
Projeto, mas ele é inconstitucional, por isto que votei contrário”. E já ouvi
diversos membros da Comissão de Justiça dizerem isto, tanto na legislatura
passada como nesta legislatura e, agora, para surpresa minha, vislumbro que o
Parecer, diante de matéria inconstitucional, foi favorável. Então, este é o
aspecto, Ver. Lauro Hagemann, ao qual nós temos que nos ater. Esta é a minha
preocupação, nada a ver com a questão do Projeto do Ver. Antônio Losada, no
sentido do objetivo político, do objetivo público da medida, mas no aspecto da
constitucionalidade. A Comissão de Justiça não pode ter este tipo de postura
nesta Casa. Se tiver que julgar, acolhendo, mesmo que seja inconstitucional, o
argumento maior do interesse do povo ou da população, tudo bem; caso contrário,
teremos que rever. Então é um aspecto que me preocupa e deixo para análise dos membros
da Comissão de Constituição e Justiça desta Casa.
Por
isto também neste momento sou favorável ao adiamento. A Líder da minha Bancada,
Vera. Sônia Santos e demais companheiros de Bancada, pediram para que
encaminhasse neste sentido, que a Bancada votará pelo adiamento da matéria, até
para que nós possamos discutir melhor, aprofundar melhor e, se tivermos que
votar, que votemos com mais tranqüilidade e com mais consciência. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Este 1º Secretário faz um apelo: que o
Ver. Isaac Ainhorn ou o Ver. Clovis Ilgenfritz assuma a Presidência dos
trabalhos para que este Vereador possa secretariar e colher os votos. Eu só não
gostaria que depois fosse dito que não se cede o lugar àqueles membros da Mesa
de maior hierarquia, porque, eventualmente, numa situação, fiquei com alguma
dificuldade.
O
Ver. Reginaldo Pujol está-se prontificando a colher os votos, na qualidade de
3º Secretário e, por isso, este 1º Secretário permanece na Presidência dos
trabalhos.
O SR. ANTÔNIO LOSADA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que a votação
seja nominal.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Em votação o Requerimento de adiamento da
discussão por duas Sessões do PLL nº 139/97. (Após chamada.) APROVADO por 17 votos SIM, 14 votos NÃO.
Fica
adiada a discussão do PLL nº 139/97 por duas Sessões.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão. Convocamos V. Exas., conforme o
acordado entre a Mesa e as Lideranças, para a Sessão Extraordinária daqui a um
minuto.
(Encerra-se
a Sessão às 18h15min.)
* * * * *